A greve dos profissionais de saúde do Hospital Regional de Colíder continua sem previsão de término. De acordo com a presidente da comissão multidisciplinar da unidade, Adriana Arantes, os salários começam a ser regularizados, porém, permanece sem condições de trabalho no hospital. “Estão pagando alguns funcionários, a grande maioria recebeu, mas ainda tem uma boa parcela que não recebeu. E também está faltando materiais, equipe de transfusão, está faltando condição de trabalho porque não é só salário que estamos reivindicando. Enquanto não tiver condições, vamos continuar a greve”.
A médica reforçou que não há mais soro fisiológico no hospital, que está também sem equipe para fazer as transfusões de sangue. O fato já teria causado transtornos para um paciente. “Ontem uma mãe esteve aqui, o filho precisava ser transfundido para fazer cirurgia, mas não tem equipe e ela teve que ir na promotoria pedir por solução”, destacou. Aos profissionais, a Secretaria de Estado de Saúde teria informado que a situação está sendo regularizada. “Falam que estão providenciando. Pelo Estado, acham que está tudo resolvido, mas não está. Falam que estão tentando resolver, mas que os fornecedores demoram para entregar”, apontou. Amanhã, representantes do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen) devem visitar novamente o município.
A greve, conforme Só Notícias informou, iniciou na quinta-feira (3), porém, a “crise” foi anunciada no início do mês passado, quando os trabalhadores do hospital suspenderam os atendimentos ambulatórias, cirurgias e exames e fizeram apenas os procedimentos considerados básicos como forma de cobrar os pagamentos referentes a fevereiro e março. Na ocasião, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde afirmou que o pagamento de fevereiro já havia sido feito e de março deveria ser regularizado em breve.
No dia 13 de abril, o governo do Estado publicou o cancelamento do contrato com o Instituto Social Fibra – assinado em janeiro – alegando que a organização não teria cumprido cláusulas estabelecidas no documento. Em seguida, o Instituto Pernambucano de Assistência em Saúde (IPAS) foi contratado em caráter emergencial e temporário, para assumir a gestão da unidade. Duas passeatas já foram realizadas em forma de protesto. A primeira no dia 27 de abril, antes da greve e, a última, no sábado.
Além de soro, a unidade também estar sem agulhas e seringas.