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Nortão: mãe recebe emocionada exame de DNA e reconhece corpo de filho assassinado

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

O motorista Ivanildo de Souza, morto em novembro de 2020, é filho da catadora de pedras Maria Joana Souza, 66 anos. Foi o que apontou o resultado do exame de DNA concluído ontem (10), três meses após as amostras terem sido colhidas e dois dias após a Defensoria Pública de Mato Grosso cobrar a Regional da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Alta Floresta. O resultado do exame era aguardado com angústia e ansiedade pela idosa, pois só a partir da conclusão positiva que era seu filho teria legitimidade legal para o reconhecimento do corpo e sepultá-lo.

“Estou muito triste em ver o meu filho pela última vez e desse jeito, sem vida, numa geladeira”. “Não terei tempo de velar, eles vão me mostrar ele rápido e em seguida deve ser enterrado. Esperei tanto, por três meses, e agora, será tudo tão rápido. Mas, também estou aliviada porque essa situação terminou e ele terá um sepultamento”, disse Maria, aos prantos.

Ela informa que uma de suas filhas está vindo de Paragominas, no Pará, e que pedirá à Politec que transfira o reconhecimento para a sexta-feira (12), quando a irmã de Ivanildo poderá acompanhá-la no reconhecimento.

Maria está em Alta Floresta desde o dia 9 de dezembro após ter sido avisada pelos amigos de Ivanildo, que ele havia falecido em decorrência de um espancamento, no município de Bandeirantes, sem documentos. Ele havia sido socorrido e levado para o hospital mas, não resistiu em 29 de novembro.

A Politec pediu, então, que Maria apresentasse a certidão de nascimento do filho, o que ela não conseguiu. Em seguida foi feita análise do material genético de ambos, via exame de DNA. A coleta ocorreu em 11 de dezembro e desde então, a idosa esperava pelo laudo, sem meios de sustento, morando de favor na casa de um casal, com o qual Ivanildo morava há 22 anos.

A idosa conta que não via o filho desde que ele tinha 16 anos. Ela lembra que aos 15 ele veio para Mato Grosso com outros dois irmãos trabalhar no garimpo e um ano depois, voltou para buscar os documentos. “Naquela época não era fácil tirar os documentos e ele voltou para Mato Grosso sem nada. Depois disso, por muito tempo, mantive contato por telefone com ele, mas já tinha dois anos que nem por telefone a gente se falava”.

O defensor público que atuou no caso, Moacir Gonçalves Neto, avalia que situações especiais, como a de Maria, devem ser consideradas com olhar mais humanizado pelo Poder Público, mesmo diante do número insuficiente de efetivo do órgão. Essa atenção diferenciada, acredita ele, poderia ter evitado a intensidade e permanência do sofrimento dela.

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