Há mais três meses a Justiça Federal de Sinop encaminhou à Justiça norte-americana o interrogatório dos pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paladino, no processo da queda do Boeing da Gol, em 2006, no Norte de Mato Grosso, e ainda não há confirmação se ambos foram ouvidos, ou até mesmo intimados. Só Notícias apurou que o juiz federal Murilo Mendes aguarda um posicionamento do caso para saber se o interrogatório foi realizado. Entretanto, fontes informaram que não há um prazo para que o procedimento seja cumprido, que deve fazer a Justiça brasileira aguardar.
Ainda no primeiro semestre, o documento contendo 53 perguntas para cada um, elaboradas pelo magistrado e o Ministério Público, foi encaminhado aos Estados Unidos. Os questionamentos tentam elucidar as possíveis causas da colisão com o boeing da Gol, que resultou na morte de 154 pessoas, em setembro de 2006, o segundo maior acidente da aviação aérea brasileira. Os representantes do Brasil querem saber, por exemplo, se os dois analisaram o plano de vôo e se estavam cientes que o percurso previa altitudes – nível 370, nível 360 e nível 380, e por que a aeronave voou sempre no nível 370.
Lepore e Paladino pilotavam o Legacy e seguiam do Rio de Janeiro a Manaus, de onde iriam para os Estados Unidos. No trajeto, o jato colidiu com o boeing, que caiu em uma reserva indígena em Peixoto de Azevedo. Ambos conseguiram fazer pouso forçado na Serra do Cachimbo, e os seis tripulantes saíram ilesos.
Mendes também questiona quais as informações lhes foram repassadas pela torre de São José dos Campos quando autorizado o plano e se alguém desligou o transponder durante o vôo, e se perceberam que estava desligado.
Outros quatro denunciados no caso, os controladores Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar, Leandro José Santos de Barros e Felipe dos Santos Reis, que trabalhavam no dia do acidente, já foram ouvidos, em setembro passado, durante audiência em Sinop.