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Nortão: falso pastor é denunciado por latrocínio de casal e tem prisão preventiva decretada

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O juiz da Vara Única de Guarantã do Norte, Diego Hartmann (foto), acatou a denúncia do Ministério Público Estadual contra um homem de 35 anos, acusado de roubar e matar o casal de idosos, Antonio Romão Sorrilha e Maria Munhoz. As vítimas foram encontradas carbonizadas, em uma residência, em um sítio na zona rural de Novo Mundo, em abril deste ano. O réu responderá por latrocínio (roubo seguido de morte).

O magistrado ainda decretou a prisão preventiva do suspeito, apontando “a existência de indícios suficientes de autoria e materialidade dos delitos de latrocínio”. Hartmann destacou que, durante a investigações, foi descoberto alguns objetos das vítimas com o acusado. “Mediante o afastamento do sigilo bancário, apurou-se que ocorreram transações na conta de Antônio Romão Sorrilha, inclusive após sua morte, tendo havido transferências de dinheiro para a conta de titularidade de José Antonio Pires, vítima de latrocínio em data anterior, sendo que, desta conta, valores eram transferidos para a conta bancária do indiciado”.

Segundo consta no processo, o réu ainda confessou o crime e deu detalhes. “Neste contexto, entendo que não deferir o postulado pela autoridade policial, deixar em liberdade indivíduo que agiu com tamanha audácia, retirando a vida das vítimas, afronta a seriedade do Poder Judiciário, bem como a expectativa de uma efetiva segurança pública da sociedade”, justificou Diego Hartmann.

Conforme Só Notícias já informou, a Polícia Civil prendeu o acusado, em um hotel em São José do Rio Claro. Segundo as investigações da delegacia da Polícia Civil de Guarantã do Norte, ele se apresentava como pastor para se aproximar das vítimas, todas idosas, entre sitiantes da em Novo Mundo. Depois de conquistar a simpatia delas, roubava, matava e queimava os corpos para dificultar a identificação e a investigação.

O primeiro crime ocorreu em dezembro do ano passado, quando o aposentado José Antônio Pires foi morto dentro da própria casa, que depois foi incendiada. O suspeito roubou a senha e o cartão da aposentadoria da vítima e passou sacar o benefício todos os meses, sendo o último em maio. Ele conheceu a vítima quando foi até o sítio dela para comprar um motor de barco e o idoso, ingenuamente, comentou que estava juntando dinheiro.

Em abril deste ano, Antônio e Maria foram assassinados e tiveram a senha e o cartão do banco roubados. O casal tinha cerca de R$ 100 mil guardados. Para a polícia, o criminoso, depois de um desentendimento, se aproximou do casal com intenção de matar e roubar o dinheiro. Ele começou a efetuar saques bancários, até que a família das vítimas percebeu a movimentação e bloqueou o cartão. Entre saques, compras e transferências bancárias, o suspeito já tinha subtraído aproximadamente R$ 15 mil, até a descoberta.

A partir da movimentação, o suspeito foi identificado pelas câmeras de segurança do banco e depois em uma loja em Sinop, em que havia feito compras com o cartão do casal de idosos.

A quarta vítima foi assassinada em 28 de maio. O sitiante João Juscelino Martins da Silva foi rendido na chácara e levado junto com sua Nissan Frontier vermelha, que foi abandonada em Colíder, e o corpo encontrado na BR-163, sentido Pará, cerca de 38 quilômetros de Novo Mundo. O suspeito também roubou o cartão do idoso e tentou sacar o dinheiro, no entanto, já era monitorado pelo núcleo de inteligência da delegacia de Guarantã do Norte, que descobriu que logo após os crimes, ele fugia para Goiás, onde permanecia na casa de uma namorada, na cidade de Rio Verde.

Conforme o delegado Geraldo Gezoni Filho, o criminoso transferiu dinheiro da conta do casal para conta da primeira vítima e teria feito a mesma coisa no último crime. Ao ser preso, em São José do Rio Claro, o suspeito foi encontrado com o cartão da primeira vítima e celulares dos idosos e da quarta vítima.

Uma equipe de três investigadores, acompanhada do delegado, deu cumprimento ao mandado de prisão expedido pela Comarca de Guarantã do Norte, na cidade de São José do Rio Claro, onde o suspeito foi descoberto. Ele morava em Nova Mutum há cerca de 4 anos e, segundo a polícia, conhecia todas as vítimas.

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