O Governo Federal vai lançar nos próximos dias, a operação Arco de Fogo, para patrulhar a Amazônia e deter o desmatamento. Os trabalhos terão a participação da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Polícia Rodoviária Federal.
Segundo o delegado-chefe de Crimes Ambientais da Polícia Federal, Álvaro Palharini, a idéia é instalar dez postos móveis de fiscalização nos nove Estados da região. “Nesses postos, a Polícia Federal vai fazer um trabalho de polícia judiciária, o Ibama vai fiscalizar e a Senasp vai fornecer segurança. E não vai ser simplesmente barreira. Nós vamos fazer trabalhos de inteligência em toda essa região, que é praticamente desprovida de atuação estatal”.
O delegado afirmou ainda que, além de frear o desmatamento da floresta, essas ações podem contribuir para inibir outros problemas, como a grilagem de terras e a pistolagem. “Vai fazer com que outros delitos deixem de acontecer, como pistolagem, tráfico de drogas, grilagem, matador de aluguel. Com a polícia no local, investigando e atuando, seguramente haverá um declínio desses crimes”.
Vão participar da operação Arco de Fogo cerca de 800 agentes dos órgãos envolvidos. A previsão é de que as ações sejam permanentes e não só por um determinado período. A medida pretende combater o aumento do desmatamento da Amazônia, divulgado no último dia 24 pelo Ministério do Meio Ambiente.
Na lista dos maiores devastadores estão 19 municípios mato-grossenses, incluindo Marcelândia, Alta Floresta, Juara, Juína, Paranaíta). O Governo do Estado contesta os números e fará uma revisão, juntamente com o INPE, para apurar a real situação dessas áreas.
Ontem, a ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, se reuniu com o governador Blairo Maggi, prefeitos e outros órgãos ambientais, em Sinop, e manteve o decreto do governo, proibindo o desmate nessas cidades.
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