Criadores da região Norte têm buscado novas alternativas para fomentar a cadeia produtiva. Uma delas, iniciada há alguns anos, é a criação de avestruzes, conhecida também como estrutiocultura. Além da carne para o consumo humano, o couro das aves pode ser utilizado para a confecção de bolsas, sapatos, entre outros.
O produtor Almir Rocha, de Colíder (160km de Sinop), desenvolve a atividade desde 2001 e destaca que em apenas um alqueire podem ser colocadas 150 aves, diferente da pecuária, que não suporta o mesmo número. Entretanto, segundo ele, o custo não é um dos mais baixos.
“Não é uma atividade barata. Você gasta em média um real por dia para cada avestruz com a ração. Rocha cria atualmente, 140 aves, mas destaca que no município há estrutiocultores com produção bem superior. “Só em colíder temos um criador com dois mil”, diz.
Neste sábado, em Colíder, ocorrerá o primeiro abate de avestruzes de Mato Grosso. A produção já tem origem certa. “A carne será comercializada em São Paulos”, acrescentou. As carcaças também serão curtidas no mesmo Estado. Serão 250 animais, oriundos de criadores de Colíder, Guarantã do Norte e Sinop.
Rocha salienta que pela atividade estar no início, não há estimativas sobre o ganho de mercado que terão. “Estamos começando, este é o primeiro abate do Estado. Depois disto esperamos conseguir mercado”, reforçou.
Dados da Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil revelam que uma fêmea produz em média 15 a 18 filhotes por ano. Os ovos medem entre 15 e 20 centímetros e pesam entre 1 e 2kg, equivalem a 25 ovos de galinha e ficam 42 dias na incubadora.
Os pintos nascem com peso aproximado de 800 g e crescem aproximadamente 30 cm por mês durante os primeiros seis meses. Os animais estão prontos para o abate com 12 a 14 meses de idade, pesando em torno de 90 a 100kg, gerando 24 a 26 kg de carne limpa, 1,2 metro quadrado de couro, além de 1 a 1,5 kg de plumas.
Sua conversão alimentar entre o nascimento e o abate é de 4,8 para 1. A vida produtiva de uma fêmea é de 30 a 35 anos e seu início de postura acontece aos 2 e 2,5 anos de idade. Estes animais vivem, em média, de 65 a 70 anos. Estes índices avalizam a viabilidade econômica da criação de avestruzes e mostram o potencial de inserção desta atividade no agronegócio brasileiro.
São criados em piquetes simples, cercados por telas ou arame liso. Apenas os filhotes até os 3 meses exigem instalações cobertas. Em cada hectare cria-se cerca de 20 reprodutores ou 100 animais para engorda. Os maiores fabricantes de ração do país já têm em sua linha de produção rações específicas para avestruz. Um adulto come em média 3 kg por dia, dividido entre ração e pasto.