A causa da morte de um homem, encontrado em estado de putrefação em um assentamento, pode começar a ser esclarecida, mesmo após três anos do fato, devido à intervenção da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT). A esposa do assentado procurou a entidade em 2009, inconformada, porque a causa da morte da vítima foi considerada "natural", apesar de o corpo ter perfurações no abdômen.
Hoje de manhã, será realizada a exumação do cadáver em União do Sul a pedido da presidente da referida comissão, advogada Betsey Polistchuk de Miranda. O pedido da OAB-MT foi enviado em março de 2009 à Vara Criminal da Comarca de Cláudia, que gerou um processo em que a esposa do falecido e a Comissão de Direitos Humanos da entidade requeriam a exumação ao juízo.
O corpo do homem foi encontrado em estado de putrefação com feridas no abdômen que pareciam provocadas por instrumentos perfurante. O fato ocorreu em maio de 2008 no Assentamento Jacinto Simões. A família conseguiu uma cópia de um CD com imagens feitas pela polícia na localização do corpo, que foi anexado ao processo.
O pedido foi deferido pela juíza Maria das Graças Gomes da Costa em novembro de 2009, nos termos do artigo 163 do Código Penal, que prevê a exumação para coleta de provas em busca da verdade dos fatos. O despacho da Politec para o cumprimento da determinação judicial se deu em julho deste ano.
Para Betsey Miranda ainda há a necessidade de esclarecer a verdadeira causa da morte do assentado, visando não apenas o interesse da família, mas também da sociedade. "Essa exumação, apesar de toda a demora, é uma forma de incentivar a busca pela Justiça. Esperamos que tudo seja esclarecido nesse caso", ressaltou.