A Associação Trabalhadores Rurais da Gleba Santo Expedito, em Claudia (90 km de Sinop), vai relatar, esta tarde, ao Ministério Público que algumas famílias estão sendo retiradas de forma ilegal de uma área alvo de disputa judicial com a família do prefeito Vilmar Giachini. A área é superior a 13 mil hectares. A associação, criada em 2004, alega que é devoluta, que arrecadou dinheiro e repassou R$ 60 mil para ser feito georeferenciamento e “foi aberta matrícula e terra registrada em nome do Governo do Estado”. Posteriormente, houve decisão judicial para o uso da área pela família do prefeito. Mas a entidade aponta que o Tribunal de Justiça cassou a liminar, em setembro.
“Estamos revoltados porque a polícia vai lá a retira as famílias das áreas. Elas são retiradas aos poucos do local. Ainda há assentados em uma parte da fazenda”, acusa Paulo Aragão, porta voz da associação. “Queremos que a justiça esclareça essa situação. Não queremos que eles pressionem a polícia para nos retirar da área”, relatou. “Não existe ordem judicial para nos retirar de lá e vamos conversar com o promotor e pedir apoio nesse caso”, completou Paulo. A entidade espera que a área, denominada Gleba Santo Expedito, seja destinada para reforma agrária.
Outro lado
O prefeito Vilmar Giachini negou que tenha pedido para a polícia retirar as famílias do local. Ele disse, em entrevista na Tv Capital, que a área “está documentada e foi adquirida de uma empresa no Paraná” e que sua família é a legítima proprietária. Vilmar também disse que considera um erro as famílias entrarem na área que não lhes pertence. Ee acrescentou que vai às “últimas instâncias judiciais” para garantir a posse da área e afirma que sua família ainda está pagando parcelas pela compra do imóvel. Os valores não foram mencionados.