A juíza substituta da Vara Única da Comarca de Nova Canaã do Norte, Giselda Regina Sobreira de Oliveira Andrade, definiu para 22 de maio, o júri popular de Wanderlei Teixeira de Almeida e Vanildo dos Santos, acusados de envolvimento na morte do ex-prefeito da cidade Antônio Luiz César de Castro, o "Luizão". Só Notícias teve acesso à decisão, tomada ontem, onde a defesa aponta que não haveria indícios da participação dos dois. Mas, na sentença de pronúncia e provas da materialidade, a justiça manteve decisão de submetê-los à júri popular.
A juíza apontou, anteriormente, que "o crime fora cometido de forma bárbara, contra uma autoridade municipal de alta estirpe, consistente no prefeito, tendo os executores agido de forma organizada e planejada, além de que, cometendo o delito em local público e na presença de várias pessoas, demonstrando serem audaciosos e destemidos".
Em outro trecho, a destacou: "disso se colhe a gravidade em concreto do delito que exacerba, em muito, as circunstâncias normais de um crime dessa natureza, demonstrando, pelo modus operandi dos autores, sendo pessoas perigosas e que não temem ceifar a vida de qualquer pessoa que se coloque em contraposição aos seus interesses patrimoniais".
A magistrada decidiu manter preso Wanderlei descartando pedido de revogação da prisão. O outro acusado já teve prisão revogada.
O ex-prefeito foi morto no dia 5 de agosto de 2011, com sete tiros de pistola calibre 380, durante uma festa de laço, em um clube de Nova Canaã, por um homem que chegou ao local encapuzado e perguntou quem era o prefeito Luizão. Em seguida fugiu em um veículo onde outro homem o aguardava.
A Polícia Civil de Mato Grosso , em operação conjunta com a polícia paulista, prendeu os dois acusados de envolvimento no assassinato do prefeito. Wanderlei é acusado de coautoria no homicídio e foi preso em Diadema (SP), em maio do ano passado, na casa de um familiar. A Polícia Civil mato-grossense estava com duas equipes em São Paulo e conseguiu pegar ele após vários meses de investigação.
Na mesma semana, em Nova Canaã do Norte, investigadores prenderam Vanildo, acusado de ajudar Wanderlei a fugir e "intimidar testemunhas". Segundo as investigações, a motivação seria por uma série de fatores, sendo um deles a compra de um imóvel reformado com o dinheiro do assalto ao Banco Central, que depois foi tomado pela justiça e leiloado. O imóvel foi arrematado pelo prefeito e isso teria contrariado Wanderlei.