Mario Nicolau Schorr foi absolvido em júri popular, ontem, na comarca de Matupá, da acusação de ter participado da morte de 3 homens, que foram queimados vivos em 23 de novembro de 1990. A ação foi movida pelo Ministério Público Estadual. Os jurados entenderam que ele não colaborou para ação ou tão pouco teve participação direta. A sessão foi conduzida pelo juiz Fábio Petengill. Mario já havia sido condenado em 2011 pela morte de 2 vítimas, contudo, o julgamento acabou sendo anulado.
Inicialmente Mario havia arrolado o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) para ser ouvido como testemunha de defesa no júri, no entanto, ele acabou sendo dispensado duas semanas antes. O ex-gestor argumentou que está preso em Cuiabá e que “seu deslocamento gerará despesas ao erário e não se justifica, por não ser obrigado a comparecer ao juízo”.
Silval sugeriu prestar o depoimento por carta precatória, o que foi negado pelo juiz, por não ver necessidade no momento. “[…] a intimação para a testemunha comparecer à sessão de julgamento do Conselho Popular – mesmo que residente em localidade diversa da Comarca em que se realizará o Júri – nada tem de irregular ou desarrazoado. Entretanto, como se trata de nova sessão de júri já realizado, em que sequer foi tomado o depoimento da testemunha ora peticionante, assim como diante da parco conhecimento demonstrado por ele sobre os fatos (conforme depoimento prestado na 1ª fase do procedimento), e por ter manifestado, claramente, seu desinteresse em comparecer em juízo, o que demonstra que a colaboração na elucidação dos fatos é muito questionável”, apontou o juiz.
Contudo, o magistrado acrescentou que “desse modo, sendo desnecessária a oitiva, indefiro a prova requestada pela defesa, salvo se justificadamente apresentar argumentos que demonstrem a necessidade de oitiva da testemunha, o que, se necessário for, se realizará por carta precatória”.
Conforme Só Notícias já informou, Silval morava na época em Matupá onde era empresário e já foi intimado para depor no processo, o que nunca chegou acontecer. Na época, as vítimas, Osvaldo José Bachinan e os irmãos Ivacir Garcia dos Santos e Arci Garcia dos Santos mantiveram reféns duas mulheres por cerca de 15 horas. Eles chegaram a se entregar aos policiais militares da cidade, mas acabaram espancados, queimados vivos e assassinados por 18 pessoas. Um cinegrafista amador gravou as imagens.