O governo federal está colocando em prática ações previstas no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2008-2017 (atualizado) para ampliação da capacidade de geração e fornecimento de energia elétrica no Nortão. Construção de novas linhas de transmissão, ampliação de substações e implantação de um parque de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s) e Usinas Hidrelétricas (UHE) nos rios Mato-grossenses são algumas que começam sair do papel. Só Notícias obteve da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético, do Ministério de Minas e Energia, a atual fase que se encontram as hidrelétricas de maior porte que podem ser construídas na região.
De acordo com Carolino Augusto Cepeda, consultor do Departamento de Planejamento Energético do ministério, a implantação de hidrelétrica é constituída de seis fases distintas: estimativa do potencial, estudos de inventário, estudos de viabilidade, leilão, projeto básico, projeto executivo (construção) e, operação.
O ministério informou que há seis projetos de médio e grande portes (UHE’s Teles Pires, Sinop, Colíder, Foz do Apiacás, São Manoel e Magessi), que vão gerar, juntas, 3.7 mil MW de energia, empregos e divisas para os municípios que receberem os empreendimentos. Para se ter uma idéia, a Hidrelétrica Binacional de Itaipú (a maior do mundo em capacidade de produção), tem potência instalada de 14 mil MW, com 20 turbinas de 700 MW. Portanto, o conjunto das seis que podem ser implantadas no Nortão produzirão 26% do volume de Itaipú. Só Notícias apurou que o projeto prevê que a maior delas é a UHE Teles Pires, com capacidade de 1,820 MW, que será instalada no rio Teles Pires, no Nortão, na sub-bacia hidrográfica 17, do rio Tapajós. Conforme o consultor, está em fase final de estudos de viabilidade, com oito empresas interessadas. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, inclusive, já anunciou licitação para leilão da usina. A intenção do ministério é que até final de 2010 esteja em construção. Não foi confirmado o valor do investimento.
A UHE São Manoel vai gerar 746 MW e será instalada no rio Teles Pires, sub-bacia 17 do Amazônas. Está em fase de estudos de viabilidade, com prazo para entrega do levantamento em 30 de março de 2009. O levantamento foi solicitado na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) por duas empresas do segmento.
A UHE Sinop, com 461 MW será instalada no rio Teles Pires, entre Sinop e Itaúba. Também encontra-se em fase de estudos de viabilidade, solicitado por cinco empresas, com entrega dos estudos entre março e setembro do ano que vem.
Em Colíder, três empresas do ramo solicitaram estudo de viabilidade para implantar a UHE Colider, no rio Teles Pires, com capacidade de 342 MW. O prazo final para entrega dos levantamentos é 31 de dezembro próximo.
A UHE Foz do Apiacás, com 275 MW, será no rio Apiacás, em Apiacás. Assim como as outras, está em estudo de viabilidade, com prazo de entrega até março de 2009. Foi solicitado por uma empresa.
A UHE Maggessi, com 53 MW, no rio Teles Pires, encontra-se em estudos de viabilidade e foi solicitado por uma empresa, sem prazo para entrega dos documentos.
O estudo de viabilidade técnica e econômica (EVTE) é a fase em que são efetuados os estudos mais detalhados, para análise da viabilidade técnica, energética, econômica e socioambiental, que leva à definição do aproveitamento para posterior leilão da usina. Durante os estudos são feitas investigações de campo no local e dimensionamento do aproveitamento, reservatório e sua área de influência, obras de infra-estrutura locais e regionais necessárias para implantação. Com base no EVTE, são preparados Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), tendo em vista, a obtenção da Licença Prévia (LP) junto aos órgãos ambientais.
(Atualizada às 10:12hs)