A principal suspeita de assassinar Rone Cleyton Alves de Souza, em Tabaporã (200 quilômetros de Sinop), irá a júri popular. A decisão é do juiz Rafael Depra Panichella, que pronunciou a acusada por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. O crime ocorreu em fevereiro de 2017, no conjunto habitacional Morada do Sol.
Segundo a denúncia, a vítima e a acusada tiveram relacionamento conjugal, porém, estavam separados na época em que ocorreu o homicídio. A mulher disse, em depoimento, que encontrou Rone em um bar e ele teria pedido para ir até a casa dela pegar um CD. Na residência, no entanto, acabaram discutindo e, segundo a versão da suspeita, o ex pegou uma faca. Ela declarou que entrou em luta corporal com Rone e conseguiu tomar a faca. Em seguida, o atingiu com um golpe no pescoço.
Para o juiz, a versão contada pela acusada não está totalmente comprovada. “Até mesmo porque, a tese de defesa da denunciada não se mostra indene de dúvidas, na medida em que a suposta luta corporal que se envolveu com a vítima não restou evidenciada no exame de lesões corporais, realizado quando da sua prisão em flagrante, momentos após os fatos”. O magistrado citou ainda uma testemunha “responsável por atender a denunciada no hospital municipal” que teria “informado em juízo que não notou sinais de sangue ou marcas no corpo da denunciada”.
Para Panichella, “somente a prova incontestável é que seria capaz de elidir o julgamento pelo egrégio Tribunal do Júri, sendo inocorrente no caso dos autos”. Ainda não há data prevista para o julgamento e a defesa ainda pode recorrer contra a decisão de levar a suspeita a júri. A mulher chegou a ser presa, porém, ainda em 2017, foi colocada em liberdade.