O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ainda mantém a ocupação em uma fazenda de aproximadamente 2 mil hectares, próxima ao “portal” de entrada para o município de Cáceres, às margens da BR-070. Uma das coordenadoras estaduais, Itelvina Masiotti, disse, ao Só Notícias, que o número de barracos na área aumenta diariamente e o próximo passo é gradear a terra (uniformizar) para o plantio. “Esta é a segunda etapa. Não sei precisar quantas famílias estão no local, mas são muitas e continuam chegando de várias cidades. Até o momento não houve reação, por isso bloqueios de rodovias estão descartados. Ainda não sabemos como será o desenrolar da ocupação nos próximos dias”.
A ocupação teve início na última segunda-feira (9), após cerca de 300 mulheres, ligadas ao MST, interditarem totalmente a BR-070. O tráfego ficou fechado por aproximadamente uma hora. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local e após uma conversa com as manifestantes a pista foi liberada.
O protesto, segundo Itelvina, foi devido a uma decisão judicial que declarou produtiva a área ocupada. “Porém, há sete anos nada foi produzido naquela fazenda e ela estava na lista para ser desapropriada para a reforma agrária”, explicou.
A princípio, segundo Itelvina, novos bloqueios em rodovias não estão nos planos, mas também não serão descartados. “É uma forma de luta e, se for preciso, a gente pode fechar novamente. O objetivo é denunciar todo o modelo produtivo do agronegócio. Cáceres é uma cidade de expansão da soja e sabemos que este é um modelo concentrador da terra, que gera destruição ao meio ambiente, ainda mais nesta região de pantanal. Isso traz consequências para os moradores, camponeses e ribeirinhos”.