O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou hoje de manhã, uma vigilia, por tempo indeterminado, em frente ao prédio da Receita Federal, em Cuiabá. Cerca de 300 sem terra, vindos de acampamentos e assentamentos coordenados pelo MST, estão mobilizados no local. Conforme Só Notícias já informou, algumas famílias também interditaram o tráfego na BR-163, entre Itaúba e Sinop.
A vigília é parte de um endurecimento nacional do movimento, que retoma atos, protestos, caminhadas e ocupações de prédios federais e de terras, em todo o país, para cobrar reforma agrária. Entre as reivindicações estão o assentamento de 3,5 mil famílias acampadas, o fim da violência policial contra trabalhadoras, o veto às reformas que retirem direitos trabalhistas e políticas públicas pela recuperação e preservação do cerrado, pantanal e floresta amazônica.
Segundo Itelvina Masioli, uma das líderes do MST no Estado, não há uma política para a reforma agrária, mas há sinais claros, evidentes, de incentivo ao grande produtor rural, o que mantém o latifúndio. Mato Grosso está entre os primeiros em concentração fundiária. São 8 mil proprietários de 50 milhões de hectares, ou seja, 70% das terras particulares do Estado estão nas mãos de grandes latifundiários.