Representantes do Ministério Público Estadual e do Ministério Público do Trabalho realizaram, hoje, inspeção no canteiro de obras do consórcio que está construindo a Usina Hidrelétrica de Colíder. Pretende-se, com esta fiscalização, se antecipar às demandas sociais, verificando in loco os impactos socioambientais do empreendimento, para tentar resolver os problemas extrajudicialmente.
De acordo com a promotora Hellen Uliam Kuriki, durante a inspeção foi constatado que, até o momento, os responsáveis pelo empreendimento não realizaram a contenção para impedir o assoreamento do rio. "O MPE e o MPT estão unidos com o propósito, sobretudo, de fazer com que a UHC Colíder resolva os problemas detectados, pois a não interrupção da obra é interesse de todos. Porém, caso não haja a atenção voluntária pela empresa, o Ministério Público não irá medir esforços para que a ordem jurídica seja respeitada".
O procurador do Trabalho em Alta Floresta, Jefferson Luiz Maciel Rodrigues, destacou a importância estratégica da obra, diante da crescente demanda por energia, e alertou sobre a necessidade do monitoramento dos impactos socioambientais. "O Ministério Público, como órgão de tutela da sociedade, deve se unir e se antecipar às demandas sociais que o empreendimento desse porte potencialmente produz".
Entre as demandas apontadas pelo procurador estão acidentes laborais, precarização das relações de trabalho e prejuízo ao meio ambiente natural. "Ganha a sociedade quando não há acidentes laborais, precarização das relações de trabalho, prejuízo ao meio ambiente natural e, também, no que concerne à região onde se concentra a obra, uma explosão de miséria com o trabalho precoce, exploração sexual infantil, aumento da violência e demais impactos socioambientais negativos que o enorme incremento populacional, necessário para o deslinde do empreendimento, produz", completou.
A construção da UHE Colíder está sob a responsabilidade da empresa COPEL geração e transmissão S/A. A Usina será construída com o objetivo de explorar economicamente o rio Teles Pires e demanda um investimento em torno de R$ 1,26 bilhão. A usina é classificada como de médio porte e terá potência instalada em torno de 300 megaWatts (mW), o que representa a capacidade de atender uma cidade em torno de 680 mil habitantes.