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MP denuncia policiais por crime de tortura em Mato Grosso

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O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra os policiais militares Geraldo Vieira da Silva, Wanderson Mendes Ribeiro e Jefferson Benjamim Ferreira dos Reis pela prática dos crimes de tortura, violação de domicílio e furto contra quatro jovens da periferia de Cuiabá praticados nos dias 4 e 5 de janeiro.

Após denunciarem os fatos ao MP, um dos torturados, no dia 27 de janeiro, foi vítima de homicídio na forma tentada. Ele acabou interceptado por uma motocicleta, com dois ocupantes e foi alvejado. Um dos tiros o acertou na região das costas e outro no braço direito.

Segundo narrado pelos ofendidos aos promotores de Justiça, o atentado contra uma das vítimas teria sido cometido como forma de represália por parte de policiais militares em razão de delação. Além da denúncia, o Ministério Público requisitou a instauração de inquérito policial, para apurar a tentativa de homicídio e encaminhou as testemunhas para o programa de proteção.

Segundo narra a denúncia, no dia 4 de janeiro, por volta das 23h30 e nas primeiras horas do dia 5 de janeiro, em diversos locais da capital (bairros CPA I, CPA III, Itamaraty e na “Ponte de Ferro”), conforme a investigação os policiais militares constrangeram as vítimas, com emprego de violência e grave ameaça, causando-lhes sofrimento físico e mental, com o fim de obter informação, declaração ou confissão sobre onde estava uma arma utilizada, em tese, para a prática de uma tentativa de homicídio não elucidada.

Num dos momentos das agressões, na noite do dia 4, por voltas 23h, três vítimas estavam indo para casa, num veículo GM/Corsa quando foram abordados por uma viatura (placas NIY 7640) da Polícia Militar, conduzida pelos denunciados, os quais revistaram os três rapazes e disseram que estavam procurando uma arma.

Como não encontraram nada, aplicaram murros, socos e chutes. Levaram os jovens para a estrada da “Ponte de Ferro”, num terreno baldio. Houve mais espancamentos pelos policiais militares, chutes e pontapés contra várias partes do corpo (barriga, cabeça), Jatos de spray de pimenta no ouvido de um dos rapazes, estando ele algemado (com as mãos para trás). A todo o momento perguntavam onde estava a arma que havia sido utilizada para dar um tiro na Avenida Tancredo Neves, fato desconhecido pela vítima. E, ainda, outro policial militar não identificado provocava choques nos jovens fazendo uso de uma arma chamada de “tayzer”.

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