Representantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia Móvel estiveram, hoje, na praça Plínio Callegaro, na região central. Os moradores sinopenses tiveram a oportunidade de expor os problemas que enfrentam em relação à comunicação móvel. De uma simples ligação, acesso à internet ou solicitação de serviços das operadoras, todos só fizeram críticas.
O moto-taxista Enéias Severiano Braga, 42 anos, disse que já perdeu inúmeros trabalhos. "Estou sendo prejudicado, os clientes vivem reclamando que ligam no meu celular e só dá fora de área. Sou uma pessoa que nunca desligo meu telefone, pois dependo dele para sobreviver e sustentar a minha família".
As vendedoras Zilda de Palma Castro, 63 anos, e Cláudia Santos Araújo 18 anos, também criticaram os serviços. A primeira contou que nunca consegue concluir uma conversa com filha que mora em Goiás. "A única forma que a gente teria para aliviar um pouco da saudade seria pelo telefone, mas infelizmente não está sendo possível".
Já para Cláudia o problema é a internet que quase nunca funciona. "E mesmo não acessando, os meus créditos são esgotados. É uma falta de respeito o que as operadoras fazem com a gente".
Segundo o diretor do Procon de Sinop, Cristiano Peixoto, 60% das reclamações que chegam ao órgão são de clientes de operadoras de telefonia móvel, entre as principais queixas estão falhas na prestação de serviços, não cumprimento dos pacotes prometidos ao cliente, propaganda enganosa e venda casada. Cristiano explicou que um exemplo de venda casada bastante praticada pelas operadoras é a inclusão do chip no ato da venda do aparelho celular.
"Isso aconteceu comigo recentemente, comprei um aparelho e na hora do pagamento me cobraram R$ 20 a mais. Contestei o valor e quis saber o porquê do aumento. Aí descobri que a operadora havia incluído um chip na minha compra. Não aceitei o abuso e exigi o cancelamento do chip. Todo cidadão deve cobrar seus direitos. A presença da CPI aqui na cidade é uma força maior que vem corroborar com o Procon enquanto órgão".
A situação é tão complicada que tem pessoas que não sabem sequer da existência do Procon para fazer uma reclamação. Segundo a técnica da CPI, Helen Cristina Siqueira, o aposentado Francisco Assis Santos reclamou que toda vez que ele insere crédito em seu celular são descontados R$ 9,90 automaticamente. "Expliquei para ele que a cobrança era devido ao acesso à internet, mas o fato é que o aparelho dele é tão simples que nem possui alternativa de acesso a internet. Então o orientei a ir até o Procon registrar uma reclamação. Ele que nem sabia da existência do órgão".
Na avaliação da assessora da CPI, Walesca Cardoso, a participação da população foi tímida, 110 pessoas. "É importante que o cidadão saiba que a gente depende do depoimento dele para detectar a precariedade dos serviços de telefonia".
Amanhã, a equipe da CPI estará em Alta Floresta.