A mobilização emergencial para auxiliar centenas de caminhões, carretas, ônibus e veículos menores que estão parado há mais de uma semana por conta dos atoleiros em um trecho da rodovia federal entre o Distrito de Caracol e o município de Itaituba, no Pará, deve começar neste final de semana. A informação foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em sua página oficial em uma rede social.
De acordo com o ministro, ficou definido, em uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, ontem, que o plano de ação para amenizar a situação difícil dos caminhoneiros começa nas próximas 24 horas. “Até domingo, os mantimentos devem chegar para os caminhoneiros. Eles estão com os caminhões atolados, sem dinheiro, comida e coletando água da chuva para beber e para banho. Em dois dias, a meta é isolar a área e retirar os caminhões. Serão três dias para manutenção de emergência da via. A ideia é conseguir liberar o fluxo de carga por volta de sexta-feira da semana que vem, dia 3 de março”, consta na publicação.
Segundo Maggi, são mais de quatro mil caminhões parados no congestionamento. “O excesso de chuvas travou o escoamento de soja de Mato Grosso para porto de Miritituba, no Pará. A região está intransitável. O trecho entre o município de Guarantã do Norte [Mato Grosso] até os terminais de Miritituba são cerca de 700 quilômetros. Desse total, 150 quilômetros ainda estão sem asfalto. Outro problema é que onde tem asfalto, tem pontes de madeira, que estão caindo. O atoleiro é pelo menos 35 quilômetros. A fila está com mais de 50 quilômetros entre os Distritos de Três Boieiros e o Caracol”.
Conforme Só Notícias já informou, um dos líderes do Movimento dos Transportadores de Grãos de Mato Grosso (MTG), Gilson Baitaca, disse que foi realizada cobrança de melhorias no trecho de atoleiros na rodovia federal entre o Distrito de Caracol e o município de Itaituba, no Pará, no Ministério dos Transporte, Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em Brasília, ontem pela manhã.
“Estamos cobrando todos os órgãos do governo federal para que agilizem e ajudem a resolver esta situação deprimente. Alguns caminhoneiros estão há mais de 20 dias parados nos atoleiros. Está um verdadeiro caos. O problema se tornou econômico e social. É um perda enorme. Os caminhões estão parados, as empresas não estão faturando. As empresas estão deixando de cumprir os contratos e os motoristas sem alimentação, sem água, no relento. Estão tomando água da chuva. Não tem lugar para fazer as necessidades. Não conseguem nem tomar banho. Não tem absolutamente nada de estrutura”, disse Baitaca, anteriormente, ao Só Notícias.
Pelo menos cinco comunidades que ficam ao longo da rodovia estão isoladas. O prefeito do município de Trairão, sudoeste do Pará, decretou situação de emergência. De acordo com o decreto, o trecho que não é asfaltado está intrafegável e deixa as comunidades sem ter acesso à sede do município, o que já está provocando desabastecimento de alimentação, combustível e água. Alunos estão sem transporte escolar.
Outro lado
A assessoria do governo do Pará informou, ao Só Notícias, que a Defesa Civil do Estado está acompanhando a situação na comunidade Caracol. Técnicos estão no local fazendo o levantamento dos danos na área e orientando à prefeitura a acionar o Sistema de Defesa Civil. Na capital, órgãos da segurança pública reúnem-se diariamente com PRF e com o DNIT para traçar estratégias.