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Mensalão: relator nega acordão para salvar a pele de outros deputados

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A possibilidade de existência de um acordo entre partidos para amenizar o relatório final da CPI dos Correios e desta forma livrar de punição vários integrantes de legendas envolvidas no escândalo do “mensalão” foi rejeitada com veemência nesta terça-feira pelo relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Segundo ele, o seu relatório final ainda não está pronto. Serraglio garantiu que ninguém será poupado.

‘Se alguma coisa foi deixada de fora até o momento não foi para beneficiar uma pessoa, segmento ou partido’, afirmou Serraglio. Ele explicou que os relatórios preliminares deixaram várias questões de fora devido ao excesso de volume de dados que estão sob investigação da comissão.

Serraglio afirmou que os relatórios parciais apuraram as informações consideradas mais expressivas e lembrou que a questão dos contratos está sendo aprofundada agora, bem como a dos fundos de pensão. O relator se mostrou indignado com a possibilidade de elaboração de um relatório paralelo na CPI que já prevê um acordo no documento final.

“Relatório paralelo sobre algo que não existe? Como ter um relatório se as investigações ainda não terminaram?”, questionou o relator. “Ai do partido que estiver contando com um acordão”, afirmou.

Nos corredores do Congresso circula um boato de que os partidos envolvidos no esquema do “mensalão” estariam propondo um acordo de ajuda mútua. “Eu ajudo o seu partido, você ajuda o meu e nós acobertamos tudo”, disse Serraglio, ao tentar definir como funcionaria o acordo. Como exemplo deste tipo de acordo Serraglio apresentou a absolvição do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). “A sociedade não vai aceitar mais uma situação como aquela.”

A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) disse não ter conhecimento deste possível acordão. “O que eu li foi na imprensa. Ninguém falaria uma coisa destas comigo ou perto de mim. O que eu li fala sobre um acordo para não aprofundar as investigações e desta forma salvar integrantes de vários partidos”, afirmou.

A senadora afirmou que vai analisar o relatório final “com rigor técnico e ético implacável” e apresentar emendas ou mesmo um substitutivo caso ache necessário. Heloisa disse que não pode classificar as manobras para evitar as investigações como uma forma de acordão, já que estas manobras ocorreram desde o início dos trabalhos da CPI.

“Estas manobras ocorreram de forma aberta. Eu, a deputada Denise Frossard (PPS-RJ); o [senador] Jefferson [Peres] já denunciamos várias vezes estas manobras.”

Fantamas

Para o deputado Doutor Rosinha (PT-PR), os congressistas preocupados com um possível acordão estão vendo “fantasmas”. Segundo ele, o PT não está interessado em qualquer tipo de acordo para livrar seus membros sob investigação no Conselho de Ética de cassação e quer ver tudo investigado até o fim.

“O PT, depois de sangrar tudo o que sangrou, é o primeiro interessado em que as investigações sejam levadas até o final. Se alguém tem interesse hoje nos resultados da CPI é o PT”, afirmou Rosinha. “Não acredito que tenha qualquer tipo de acordo e que este envolva o PT”, acrescentou.

Segundo Rosinha, as novidades investigadas pela CPI dos Correios apontam para outras legendas e não para o PT e interessa muito ao seu partido ver estes novos fatos investigados. “Hoje eu não acredito que venha algo mais contra o nosso partido”, disse.

“A CPI já ajudou bastante. Colocou em xeque as ações do partido e fez com que mudanças profundas na direção do PT fossem promovidas. Estas mudanças não ficaram só no campo da punição dos envolvidos, mas principalmente se focaram na qualidade da direção partidária”, concluiu o petista.

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