A morte de um menino no Lar da Criança, instituição estadual que abriga menores em situação de abandono ou destituição familiar, gerou denúncias anônimas de suposta negligência médica. Segundo os relatos, um menor portador de neuropatia, doença que atinge os nervos, principalmente na região do cérebro, impedindo sua funcionalidade, teria morrido no dia 24 de abril deste ano por falta de atendimento médico adequado.
Sempre acompanhando o andamento do Lar, o promotor de Infância e da Juventude em Mato Grosso, José Antônio Borges, confirmou a morte na instituição, porém nega que houve negligência no atendimento do menor. “De fato uma criança faleceu no final do último mês. Mas eu acompanho o tratamento que todas as crianças recebem no local e posso dizer que os funcionários e equipe médica as tratam de uma maneira excepcional. O menino não sobreviveu por que passou mal e como o corpo já estava exausto, ele não resistiu”.
Após autorização por parte do Ministério Público, estivemos na instituição e a representante jurídica do lar, Josiane Maura de Matos Lopes explicou o que aconteceu no dia em que a criança foi a óbito. “Ele estava conosco há 8 anos, mas já chegou aqui muito debilitado. Apesar disso, sempre demos todo o cuidado necessário a ele, assim como a todas as crianças que precisam de uma atenção especial. No dia em que tudo aconteceu, ele passou o dia muito bem, mas a noite passou mal. Os profissionais da equipe médica que estavam aqui realizaram o primeiro atendimento, mas decidiram que era melhor levá-lo para o Pronto Socorro, porque lá havia uma estrutura melhor. Ele chegou ao PS com vida, porém não resistiu e acabou morrendo”.
Josiane ainda fala que durante o tempo que esteve no lar, o menor sempre teve toda a assistência médica e social que era preciso. “Toda criança que chega aqui passa por uma bateria de exames e caso seja diagnosticado algum problema de saúde, seja física ou mental, imediatamente o menor é encaminhado para um tratamento específico. Temos profissionais de todas as áreas da saúde para que não falte nada aos pequenos. No quadro, além do pediatra, temos nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeiros e técnicos em enfermagem e fonoaudiólogo”.
A instituição possui uma sala especialmente para o atendimento de crianças neuropatas, equipada com cadeiras de rodas especiais, cilindro de oxigênio e uma Home Care. Atualmente o Lar da Criança atende 113 crianças, destas 6 são neuropatas e 3 autistas. Os profissionais plantonistas da área médica trabalham em escala de plantões. Apenas um pediatra atende a instituição, porém este tem o auxílio de 23 profissionais da área de enfermagem.