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Médico preso em Mato Grosso cobrou R$ 10 mil por aborto

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Segue internada a adolescente, vítima de aborto praticado em uma clínica particular no município de Barra do Garças (509 km de Cuiabá) que teve a parede do útero perfurada e, devido à grave infecção uterina, extraídos sua trompa e ovário esquerdo. O crime ocorreu no dia 27 de fevereiro deste ano e resultou na prisão do médico, nesta quarta-feira (19).

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE) o médico cobrou R$ 10 mil da adolescente para a realização do aborto, tendo efetivamente recebido da paciente o valor de R$ 2 mil. As investigações, encaminhadas à Justiça, resultaram na prisão do profissional e no cumprimento de um mandado de busca e apreensão.

Na clínica, os policiais encontraram várias seringas e agulhas usadas em anestesia raquidiana, medicamentos de uso restrito ao ambiente hospitalar, bem como linhas de sutura com vestígio de sangue coagulado, indicando que no local estavam sendo realizadas cirurgias e prática abortiva. Além de tais objetos, foram encontrados em posse do médico instrumental cirúrgico usado para fazer curetagem, os quais estavam em um automóvel de sua propriedade.

O médico já respondia a processo criminal referente à prática de outros abortos, peculato e corrupção passiva. Na época em que a denúncia foi oferecida, a Justiça acatou o pedido do MPE e o afastou das funções públicas que eram exercidas no Hospital Municipal da cidade. Ele também é acusado de cobrança indevida por procedimentos, desvio de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e responde a ação civil pública por ato de improbidade administrativa.

O médico foi preso pela primeira vez, juntamente com outras sete pessoas, na operação “Pró-Vita”, realizada pela Polícia Federal em março de 2012, o médico é acusado de utilizar da estrutura e do cargo que ocupava no Hospital Municipal de Barra do Garças para simular atendimentos de emergência em pacientes grávidas que o procuravam para realizar abortos.

Segundo o Ministério Público, o médico negociava cirurgias remuneradas pelo (SUS). A cobrança por cada procedimento realizado variava de R$ 800 a R$ 3 mil. Durante as investigações, também foram apreendidos vários medicamentos abortivos na clínica de propriedade do acusado.

Foi constatado que o profissional comercializava e mantinha, em depósito em sua clínica particular, medicamentos de uso proibido no país como Citotec e Mifepristone. Os referidos medicamentos destinavam-se à prática de abortos clandestinos dentro do Hospital Municipal de Barra do Garças.

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