O médico Fernando Veríssimo de Carvalho foi condenado a 41 anos e oito meses de reclusão pelo homicídio quadruplamente qualificado de sua companheira, Beatriz Nuala Soares Milano, 27 anos (foto). A vítima, que estava grávida de quatro meses, foi morta com requintes de crueldade, em novembro de 2018, no bairro Vila Aurora, em Rondonópolis (212 quilômetros de Cuiabá).
O Conselho de Sentença reconheceu que o assassinato foi cometido por motivo fútil e torpe, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e em decorrência de violência de gênero, baseado em violência doméstica ou familiar, pelo fato de a vítima estar grávida. Atuou no júri a promotora de Justiça Luciana Fernandes de Freitas, da 7ª Promotoria de Justiça Criminal da comarca.
Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, Fernando de Carvalho matou Beatriz Milano com golpes na cabeça. O médico e a vítima eram conviventes e haviam se conhecido no Estado de São Paulo, onde residiam, dez meses antes dos fatos. O relacionamento era conturbado e, quando Beatriz descobriu a gravidez, Fernando não se interessou pela gestação e chegou a questionar a paternidade.
Segundo apurando nas investigações, o réu se mostrava ciumento e de temperamento explosivo. No dia do crime, em que comemoravam dez meses de relacionamento, Fernando levou Beatriz para jantar e a pediu em casamento. Após retornarem do encontro romântico, o casal teria se desentendido quanto à compra de um carrinho de bebê pela internet, quando ele a matou. O médico arrumou o corpo da vítima, grávida de quatro meses, na cama do casal e comunicou o falecimento à família e à polícia na manhã seguinte, fingindo ser morte natural.
O julgamento durou mais de 14 horas. Além do homicídio, Fernando também foi sentenciado pelo crime de aborto sem o consentimento da gestante. Ao condenado, que se encontra preso na Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa (Mata Grande), foi negado o direito de recorrer da sentença em liberdade.