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Mato Grosso terá a 1ª brigada de prevenção e combate a incêndios em reservas indígenas

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A primeira brigada de prevenção e combate a incêndios em reservas indígenas do país deve começar a operar em agosto. A previsão foi anunciada hoje pelo superintendente de Assuntos Indígenas da Casa Civil do Estado de Mato Grosso, Rômulo Vandoni. Segundo ele, a brigada tem início com os primeiros 50 indígenas que se encontram em fase de conclusão do treinamento oferecido pelo Corpo de Bombeiros do Estado. A previsão é que até o próximo ano, 1.050 índios sejam treinados e integrados nas brigadas, em todo o Estado. Este primeiro grupo é composto por índios de várias etnias que, a princípio estarão sediados no posto base Leonardo Villas Boas, no Alto Xingu, próximo ao município de Gaúcha do Norte (595 Km ao Norte de Cuiabá).

As brigadas se integram ao Plano Estadual de Prevenção e Combate a queimadas e incêndios lançado na semana passada pelo secretário-chefe da casa Civil, Eumar Novacki. Além de exercício para prevenção e combate a incêndios florestais nas áreas de reservas indígenas, eles também serão capacitados para atendimento de primeiros socorros. Vandoni, lembrou que o decreto nº 1.223, autorizando a criação das brigadas nas reservas, divulgado no último dia 14 de março, foi assinado pelo governador Blairo Maggi com a finalidade de manter o fogo sob controle; proteger a vida, o patrimônio e o meio ambiente.

A brigada foi criada graças a um Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Casa Civil, Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Corpo de Bombeiros para o trabalho de capacitação. O projeto é executado com o apoio do Banco do Brasil, Banco Internacional de Desenvolvimento (BID) e Instituto Raoni. As prefeituras na região das aldeias, a exemplo da Prefeitura de Colíder, também são parceiras do Governo do Estado. Segundo o decreto, o treinamento deve ser solicitado pela liderança indígena local e Fundação Nacional do Índio (Funai). Depois de treinados, os bombeiros índios serão equipados com todo o material necessário para o trabalho.

Nos últimos anos, o incêndio florestal, por acidente ou de forma criminosa, trouxe diversos prejuízos aos indígenas, que perderam bens e os materiais necessários para a construção das ocas, como a madeira imbira. Ele disse ainda que em breve será elaborado o Plano de Trabalho e assim que puder terá início o trabalho de conscientização sobre a necessidade da Brigada na região dos Xavantes e dos Bororos.

“Nesta região, os próprios índios já estão motivados e conscientes de que eles mesmos devem cuidar de suas áreas e protegê-las contra os incêndios. Os caciques indicaram três a quatro guerreiros por aldeia, das 12 etnias existentes na área, que recebem o treinamento do Corpo de Bombeiros”, afirma Rômulo Vandoni.

Para Vandoni, o projeto de criar uma brigada formada pelos próprios índios treinados pelo Corpo de Bombeiros do Estado amplia a capacidade de prevenção e combate a incêndios na medida em que só no Estado de Mato Grosso, o Parque Nacional do Xingu corresponde a 2,9 milhões de hectares de seu território ou cerca de 20% de sua área total e foi uma das mais afetadas com os recentes incêndios florestais. “É preciso aglutinar mais agentes de prevenção e combate e os próprios índios treinados para esse trabalho com certeza responderão com mais rapidez a quaisquer pretensões criminosas neste sentido, ainda mais em suas próprias reservas”, concluiu o superintendente.

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