Levantamento do setor da Vigilância de Óbito da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta que no ano passado, morreram 72 crianças indígenas da etnia Xavante. Foram registrados 23 óbitos em Água Boa e 49 em Barra do Garças (803 e 509 km, respectivamente de Cuiabá).
No mesmo período foram registrados 386 nascidos vivos em Água Boa e 291 em Barra do Garças. A taxa de mortalidade para cada mil nascidos vivos é de 59,6 e 168,4 respectivamente. Já em comparação com outros anos, a mortalidade saiu de 19 nascidos vivos em 2013 para 23 em 2017 em Água Boa. E em Barra do Garças passou de 38 em 2013 para 49 no ano passado.
A etnia é composta por 21 mil xavantes distribuídos em 305 aldeias. Segundo o balanço da Vigilância de Óbito, as principais causas de mortalidade de crianças indígenas de Mato Grosso, menores de 5 anos, no período de 2012 a 2017, são doenças infecciosas e parasitárias. E ainda doenças do aparelho respiratório, algumas afecções originadas no período perinatal e doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas.
O monitoramento trouxe ainda as regiões de saúde de Mato Grosso que possuem o maior percentual de mortalidade de crianças indígenas menores de 5 anos no período de 2010 a 2017. O primeiro lugar fica com Barra do Garças (47,44%), em seguida Água Boa (24,01%) e Rondonópolis com 5,59%.
Discussões estão sendo desencadeadas sob o comando da SES no sentido de avaliar o panorama atual e encaminhar propostas em busca da redução desses índices. Representantes do Ministério da Saúde, governo do Estado, municípios, DSEI Xavante e lideranças indígenas estão engajados na busca de soluções.
A 1ª Oficina Intersetorial e Interinstitucional das Regiões Garças Araguaia e Médio Araguaia, “Redução da Mortalidade Indígena na primeira Infância Etnia Xavante”, foi realizada neste mês. A 2ª etapa do projeto visa elaborar um Plano de Ação Estratégico, Intersetorial e Interinstitucional.