Levantamento inédito do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) revela que o interesse dos estrangeiros por terras no Brasil vai além da Amazônia e abrange todo o país.
Com 1.377 propriedades espalhadas numa área de 754,7 mil hectares, Mato Grosso é o Estado que tem a maior área de terras em nome de empresas e pessoas de outros países. São Paulo é o campeão em número de propriedades em nome de pessoas de outras nacionalidades. São 11.424 terrenos, que, somados, representam 504,7 mil hectares do território paulista.
Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, Paraná e Goiás também estão no topo da lista do Incra como os Estados com maior área nas mãos de estrangeiros. Somente 3,8 milhões de hectares dos 5,5 milhões registrados em nome de estrangeiros já foram organizados.
Para o presidente do Incra, Rolf Hackbart, o preço da terra trai por ser baixo. Já para d. Tomás Balduíno, presidente da Comissão Pastoral da Terra, “o presidente Lula esqueceu que temos Constituição e abriu o país à ganância estrangeira”.
Multa
Nesta semana, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Amazonas multou em R$ 450 milhões a madeireira Gethal, pertencente ao empresário sueco-britânico Johan Eliasch, por comércio e transporte de madeira sem seguir a legislação ambiental brasileira. A multa foi divulgada pela Folha, na sexta-feira.
O Incra estuda pedir o cancelamento de registros de terras na Amazônia supostamente adquiridas pelo empresário sueco.
O governo federal anunciou que vai fechar o cerco à “invasão estrangeira”, com objetivo de dificultar a compra de terras por empresas brasileiras controladas por capital externo. Um parecer da AGU (Advocacia Geral da União) vai fixar limites para essa aquisição.
A decisão surgiu depois que um estudo mostrou que estrangeiros detêm 5,5 milhões de hectares no país -55% na Amazônia.