O juiz Julier Sebastião da Silva revogou ontem, a prisão preventiva do cacique Ararapan Trumai e do índio Mayaute Trumai (seu filho), presos durante a operação Mapinguari, mês passado, acusados de exploração ilegal de produtos florestais no Parque Nacional do Xingu. A decisão foi tomada após o interrogatório dos indígenas, em Cuiabá.
Ararapan confirmou que um madeireiro da região retirava ilegalmente madeira do parque, sem autorização da Funai – Fundação Nacional do Índio. Também informou que não teria recebido nenhum valor pelo produto, mas que, pelo acordo, seriam pagos R$ 100 por metro cúbico.
Também confirmou que o empresário teria prometido entregar uma caminhonete para a aldeia, e que o veículo já teria sido escolhido em uma concessionária em Sinop, mas o acordo não foi cumprido.
As denúncias de crime ambiental foram feitas pelo Ministério Público Federal. A Justiça acabou e processou 48 pessoas, entre eles madeireiros e fazendeiros da região, além de ex-chefes do Ibama em Sinop. Todos devem ser interrogados. Outros indígenas permanecem presos e devem ter alvará de soltura após os depoimentos.
Entre os que ainda permanecem presos estão os empresários Nei Francio e Luciane Francio, de Sorriso, proprietários de fazenda vizinha ao parque. Em depoimento, ontem, o cacique não fez nenhuma acusação contra os empresários sorrisenses de invasão na área indígena.