Um Curso de Ações Táticas Especiais (Cate) para 50 policiais de Mato Grosso e dez de outros estados deve ser realizado ainda no primeiro semestre deste ano. Essa é uma das ações planejadas pelo novo comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major José Nildo Silva de Oliveira, que assumiu o comando, ontem à noite. O novo comandante substitui o tenente coronel Januário Antônio Edwiges Batista, que estava há dez anos no Bope e que agora passará a atuar junto ao Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
A cerimônia de passagem foi na sede do Bope, localizada na avenida Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá, e contou com a presença do secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques; da primeira-dama Samira Martins; do secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque; do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa; dentre outras autoridades civis, militares e familiares dos comandantes sucedido e sucessor.
O Bope foi criado na década de 80, em razão da necessidade do governo do Estado atuar contra o crime organizado, com uma tropa especializada. Inicialmente, a unidade continha cinco companhias independentes, sendo a de Operações Especiais (COE), Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam), Operações de Choque (CHQ), Operações com Cães (COC) e de Cavalaria (CAV). Essas três últimas foram desativadas, no entanto, a Cavalaria foi retomada em forma de Regimento, em razão da Copa do Mundo de 2014.
Em 2009, a companhia da Rotam também foi desativada, mas foi reativada como batalhão. O Bope passou a ser constituído somente pelo efetivo remanescente da COE. Em abril de 2010, tornou-se efetivamente o Batalhão de Operações Especiais (Bope), composto por três companhias: a de Intervenção Tática (1ª Cia), de Gerenciamento de Crise e Contra-Terror (2ª Cia) e de Comando e Serviço (3ª Cia).
Ao longo de sua existência, após mudanças e reestruturações, o Bope da Polícia Militar de Mato Grosso é hoje referência em cursos policiais, obtendo destaque no cenário nacional, em razão dos cursos de Atirador Policial de Precisão (snipers), Técnico Explosivista, Negociador Policial e o Patrulhamento em Ambiente Rural, bastante empregado nas intervenções e buscas de criminosos da modalidade ‘novo cangaço’.
Todo policial que compõe o efetivo do batalhão, necessariamente, tem que concluir os cursos de Ações Táticas (CAT) e Operações Especiais (Coesp). O CAT tem duração aproximada de dois meses e, o Coesp, de quatro. Além disso, a capacitação e os treinamentos que são feitos diariamente, dão aos policiais que atuam na unidade a qualidade técnica e profissional diferenciadas dentro da instituição.
Atualmente, com uma tropa de aproximadamente 100 policiais, 50% é composta por operadores, ou seja, que possui alguma especialidade. A tônica, segundo o comando da unidade, é a capacitação, com intercâmbios com outros estados e países, como já realizados por policiais da unidade nos Estados Unidos da América e Colômbia.
O Bope possui hoje uma academia de musculação, refeitório de oficiais e praças e uma área de aproximadamente 200 metros quadrados, onde é desenvolvido o projeto Judô Bope, que atende cerca de 300 crianças e adolescentes, entre 04 e 16 anos, inclusive, todos cadastrados junto à Federação Mato-grossense de Judô.