A superlotação, oferta de comidas estragadas e agressões físicas severas são as principais reclamações denunciadas por presos da cadeia de Lucas do Rio Verde em uma carta, com quatro páginas, entregue à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso, e também para Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por um familiar de um dos detentos.
Com capacidade para abrigar 140 detentos, a cadeia tem mais de 250. Conforme a carta, quando as torturas – que seriam feitas por agentes prisionais – deixam hematomas nos corpos dos presos, as visitas de familiares são suspensas. Os detentos ainda afirmam que são comuns os socos e pontapés e, que em muitas vezes, ficam desacordados.
Um familiar, que não quis se identificar, denuncia que promotora vai ao presídio e tenta investigar as agressões, porém existe a imposição do silêncio, ou a tortura aumenta. "Não temos direito de nada, até quando estamos apanhando não temos o direito nem de gemer, se gemer o espancamento é o dobro", relatam.
A presidente da Comissão da OAB, Betsey Miranda, alega que já fez várias denúncias sobre o caso ao MP e à Justiça. A Sejudh deve apurar a conduta dos agentes prisionais e tomar as providências cabíveis.