O ministro da Agricultura, Reinhold Stpahnes, fez palestra sábado, na Expolucas, em Lucas do Rio Verde, para lideranças do agronegócio e produtores onde criticou a falta de organização e união de produtores e pecuaristas em buscarem união para seus problemas – muitos deles ligados a crédito, logística e legislação ambiental. Ele afirmou que, se a classe agrícola fosse mais unida e se mobilizasse os problemas seriam menores. “Precisam ser fortalecidas as associações, sindicatos, ser articulador, atuante e mostrar que nós existimos e temos força. Nós temos que ter um único partido, a agricultura e mostrar temo que mostrar nossa força”, declarou.
“Se tivermos problema de agricultura impedindo a expansão de áreas e ocorressem 200 mil demissões no campo, renderia apenas um destaque na imprensa. Se a Embraer demitir mil trabalhadores, lideranças do setor deles vão ao presidente da República buscar solução e conseguem”, comparou. “Se o problema for na agricultura, não haverá mobilização semelhante. O setor agrícola precisa ser mais organizado”, cobrou. “Sozinho, o ministro não consegue solucionar todos os problemas. Se a agricultura tivesse mais força, mais capacidade de orgnização, uma série de problemas do nosso setor estaria resolvido. A maior área de agricultura moderna está situada aqui na região Medio Norte de Mato Grosso. É inadmissível que não tenhamos logística adequada para escoar a safra e armazenagem. Falta mais pressão e maior organização”, acrescentou, defendendo a conclusão do asflatamento das BRs-163 e 158 par escoamento da safra e madeira até os portos paraenses, gerando maior rentabilidade para os agricultores, e investir, a curto prazo em hidrovias, para escoar a produção do Centro-Oeste. “É trabalho vagaroso mas deve ser priorizado”, aponta.
O ministro também afirmou que falta conscientizar a população da real importância da agricultura e do produtor. “O governo e a população só começam a se preocupar com a agricultura quando o preço do leite sobe, por exemplo. A elite não conhece a agricultura brasileira. Nós precisamos nos vender para sociedade, nossa importância agrícola, buscar maior conscientização do nosso trabalho no campo e participar da discussão nacional de problemas ligados ao agronegócio”, cobrou.
Ao citar a força dos ambientalistas e das ONGs, Stephanes, que é deputado federal licenciado (pelo Paraná), revelou que tem ironizado os colegas parlamentares da bancada ruralista – incluindo deputados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para que mobilizem mais deputados em defesa do agronegócio. “Vocês estão perdendo a batalha para um único deputado, José Sarney Filho, (do Partido Verde-Maranhão, que lidera a bancada ambientalista e já foi ministro do Meio Ambiente no governo Fernando Henrique). É preciso também mais força política, embora a maioria dos deputados aqui de Mato Grosso defende o agronegócio”, acrescentou. Stephanes se referiu as sucessivas articulações e mobilizações de ambientalistas para evitar a expansão das fronteiras agrícolas.
“Nos últimos 40 anos o código ambiental foi construído por ambientalistas. Alguns merecem aplausos por terem linha coerente. Isso não significa que eles conhecam o meio ambiente e o que precisa ser feito. É muito fácil um ambientalista, sentado no vaso sanitário no rio, apertar descarga e dejetos ir pro mar, depois vir falar do que está acontecendo (no setor agrícola) em Lucas e região. Nem sabem o que falam !”, atacou. Ainda sobre itens previstos no código ambiental, Stephanes aponta que foram cometidos muitos erros. “Minha tese não é flexibilizar o código. Queremos corrigir o feito errado. Porque não pode ser plantado em várzea, se o mundo todo faz isso ? Temos que participar destre debate, com racionalidade, tirando a parte política ideológica, tirando ONG desta história. Tem que ser com fundamentação técnica. Há técnicos, doutores e especailistas em meio ambiente que devem ser ouvidos para corrigir distorções do código florestal”, defendeu o ministro. “A legislação tem mais de 6 mil itens e a grande maioria deles não é conhecida pelos produtores”, emendou.
O ministro também afirmou que o presidente Lula é grande parceiro da agricultura. Quando os problemas da agricultura vão para a mesa dele, a maioria das decisões é favorável a agricultura. O ministro Mantega também passou a ter uma sensibilidade maior para com as nossas causas. “Não votei no presidente, mas fui convocado para esta missão com apoio do meu partido (PMDB). Não estou desconfortável no cargo. Tenho uma boa sintonia com o governo mas o setor agrícola precisa se mobilizar mais”, finalizou.
Leia mais
Lucas R.Verde: ministro diz que definição para leilões de milho deve sair 3ª