O prefeito Miguel Vaz formalizou, ontem, com o desembargador Orlando Perri, supervisor Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, a criação do Escritório Social Luverdense para auxiliar reeducandos, que cumpriram suas penas, a conseguirem vagas no mercado de trabalho e não voltarem a cometer crimes. Lucas já tem a fábrica de blocos, onde alguns reeducandos trabalham e o período trabalhado é descontado em suas penas e produz cerca de 70 mil peças – tubos, meios-fios, pavers, postes, blocos, floreiras e bancos.
O Escritório Social fará também serviços de assistência à saúde, psicossocial, qualificação, amparo às famílias de quem cumpriu pena, capacitação e encaminhamento profissional e educacional. “Ação social, acolhimento, a parceria entre o Judiciário e os executivos municipais são fundamentais para o desenvolvimento de ações sociais em conjunto. Acabou-se o tempo que essas iniciativas ficavam somente em Cuiabá ou Várzea Grande. Precisamos de Escritórios Sociais nas fronteiras de Mato Grosso e em todo o estado. Para isso, é importante fazermos o enfrentamento inteligente da violência para evitar a reentrada no sistema penitenciário e isso se dá, sem dúvida, com as pessoas que saem do sistema antes de serem abraçadas pelo mundo crime”, mencionou o juiz Geraldo Fidéllis, coordenador do grupo.
O desembargador Orlando Perri elogiou o trabalho dos reeducandos realizado em Lucas do Rio Verde com a fabricação de artefatos de concreto, entre outros materiais. “Há muito tempo Lucas nos impressiona com o trabalho com os detentos que é um exemplo para outras prefeituras, através do trabalho dos reeducandos, que propicia uma economia de milhões de reais. Se fosse custear [o material] em empresas privadas certamente o custo para a prefeitura seria incomensurável”.
De acordo com o desembargador, a principal forma de combater a criminalidade é dar assistência aos egressos do sistema prisional e o Escritório Social faz isso a partir dos seis meses que antecedem a saída para o semiaberto. Ele destaca que é um poderoso instrumento para reduzir a reincidência aos crimes.
O prefeito acrescentou que o Escritório Social vem ao encontro do interesse municipal. “A capacitação dos reeducandos é fundamental, visto que isso também irá prepará-los para o mercado de trabalho. Um pouco mais de oito anos Lucas do Rio Verde investe nos detentos, cerca de 40 reeducandos já fazem um excelente trabalho, eu acompanho de perto. Após o cumprimento de suas penas, eles sairão preparados para o mercado de trabalho. O Escritório Social provoca os municípios a formar essa parceria, que é eficaz”, finaliza.
O desembargador também esteve em Sinop, onde foi formalizada a implantação do Escritório Social