Um lobo-guará que foi visto pelo menos seis vezes, no último sábado, no Parque Estadual Zé Bolo Flô, será monitorado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Conforme o gerente da unidade de conservação, Fernando Augusto da Silva, o animal pode ter vindo de uma Área de Preservação Permanente (APP) do rio Cuiabá, mas não deve ficar muito tempo no local.
“Provavelmente ele seguirá viagem para as redondezas do rio Coxipó, que tem conexão com a unidade”. Fernando explica que o animal possui hábito noturno e não oferece risco à população. “Apesar de não ser uma espécie agressiva, orientamos aos visitantes do parque que, caso vejam o animal, não se aproximem para não assustá-lo. Ele só ataca se for ameaçado”.
O lobo-guará é uma fêmea, tem cerca de um metro de comprimento e está na fase de transição de filhote para adulto. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), essa espécie está ameaçada e, se não for preservada, pode ser extinta em 100 anos.
Além de animais de pequeno porte, como roedores, os lobos-guarás se alimentam de uma grande variedade de frutas e exercem um papel muito importante para a preservação da vegetação, pois são disseminadores das sementes dos frutos que foram ingeridos. Em razão desta qualidade, eles recebem o título de agricultores do cerrado, participando, assim, da recomposição de campos degradados e até mesmo florestas neste bioma.
Para Fernando, a presença do lobo no parque mostra que a mata está bem preservada. “O papel desse animal é essencial para o meio ambiente. Vamos monitorar a situação para que ele possa voltar a seu habitat sem transtorno”.
