Centenas de moradores, empresários e agricultores de Lucas do Rio Verde, Tapurah, Itanhangá, Nova Mutum e outros municípios da região estão concentrados, neste momento, na Câmara de Lucas. Eles assinaram uma moção de repúdio pela forma como foi conduzida a operação “Terra Prometida”, da Polícia Federal, na semana passada. Representantes de 5 municípios participam do ato, além do vice-governador eleito, Carlos Favaro (que é de Lucas), os deputados Dilmar Dal Bosco e Ezequiel Fonseca.
Eles penduraram faixas e cartazes na frente da câmara – “Somos trabalhadores e não bandidos”; “A população acredita no caráter dos produtores”; “Itanhangá – Não somos bandidos, somos trabalhadores”, entre outras. Eles estão expondo que não são contrários a investigação das denúncias mas alegam que "há pessoas inocentes: entre os que foram presos.
Foi marcada para sábado audiência pública, em Itanhangá, para continuar a mobilização.
O último boletim da Polícia Federal, divulgado na sexta-feira (28), aponta que 33 pessoas foram presas entre políticos, fazendeiros e servidores públicos pela comercialização de áreas da reforma agrária na região de Itanhangá (350 quilômetros de Cuiabá).
O prejuízo aos cofres públicos pode alcançar R$ 1 bilhão. O governo deu terras para assentados que acabaram vendendo-as para fazendeiros e empresários. A investigação apurou eles procuravam obter uma verdadeira “reconcentração fundiária” de terras da União que haviam sido destinadas à reforma agrária. Com ações ardilosas, uso da força física e até de armas, compravam a baixo preço ou invadiam essas áreas.
Entre os que foram presos estão os irmãos Odacir e Milton Geller, que foram encaminhados ao Centro de Custódia de Cuiabá, no bairro Carumbé. Odacir reside em Lucas do Rio Verde e Milton (que foi prefeito de Tapurah), em Nova Mutum. O advogado deles Edy Piccini negou o envolvimento nas irregularidades e expôs que a empregada de Odair é a real exploradora da área. "Ela tem raízes no município e tem o terreno lá", declarou à Agência Estado, acrescentando que a as denúncias contra ambos tinha como objetivo "atingir o ministro". O ex-prefeito de Lucas, Marino Franz, também acabou preso. Em nota, a empresa que ele comanda, a Fiagril, negou com veemência as acusações. A Polícia Federal informou que o ministro Neri Geller não foi investigado na operação “Terra Prometida”.
O deputado Dilmar teve nome mencionado na ação e negou que tivesse qualquer ligações com compra de terras destinadas a assentados da reforma agrária.
(Atualização 16:41: fotos: divulgação e Só Notícias)