O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad, condenou o que chamou de “medida desproporcional” praticada pelo juiz Rondon Bassil Dower Filho, da 4ª Vara Criminal de Cuiabá, contra jornalistas no exercício da profissão. Bassil Dower determinou a prisão de dois cinegrafistas, além de um fotógrafo, que tentavam registrar imagens do depoimento da ex-escrevente Beatriz Árias, acusada de liderar um esquema para facilitar a liberação de presos.
Os cinegrafistas e o jornalista entraram na sala de audiência que estava com a porta aberta. Na ante-sala e na escrivania não havia funcionários para prestar informações. Porém, acabaram surpreendidos pela ordem dos magistrado. “Não houve nenhum crime. Não consigo entender a atitude do juiz Rondon Bassil, que sempre demonstrou ser uma pessoa calma e sensata”, disse Faiad. Segundo ele, bastaria o magistrado pedir que os jornalistas se retirassem do recinto, já que o processo corre em segredo de Justiça.
Os profissionais só foram liberados após assinarem um documento comprometendo-se a não divulgarem as imagens nos seus respectivos veículos. O processo foi acompanhado pelo corregedor-geral do Tribunal de Justiça, Orlando Perri.
“Não sei exatamente até que ponto vai o poder do juiz, em mandar prender, mandar soltar, mas acho, sobretudo, que houve excesso dele, na abordagem agressiva e desrespeitosa, com os trabalhadores da imprensa que estavam ali”, disse a presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, Keka Werneck, que estava cobrindo o fato como repórter da “Folha do Estado”. O Sindjor-MT anunciou que deverá emitir nota de repúdio ao “comportamento anti-democrático do magistrado” e também discutir o assunto na próxima reunião da categoria..