O laudo pericial sobre as circunstâncias do assassinato de Luzinete Leal Militão, 28 anos, ocorrido há mais de 24 anos em Sinop, deve ser concluído em dez dias. A reprodução do homicídio foi feita na última sexta-feira (2), acompanhada por Jairo Narciso da Silva, 64 anos, que confessou à polícia ter matado sua esposa e ocultado seu corpo em uma cova no banheiro da casa em que viviam.
Segundo o perito criminal Leandro Valendorf, mesmo com a prescrição do crime, foram adotados todos os cuidados para obter uma amplitude de provas para que, no âmbito judicial, o acusado possa ser adequadamente processado no que for cabível. A ossada que pode ser de Luzinete Leal Militão foi localizada por profissionais da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da Polícia Civil, ainda na sexta-feira.
De acordo com Valendorf, após escavarem aproximadamente 65 centímetros do piso do banheiro foi possível encontrar algumas tábuas que, segundo o autor, foi posto ao lado do corpo simulando um caixão. “Como o autor do crime disse ter golpeado a vítima na região do pescoço com o emprego de um “pé-de-cabra” será também analisado se os fragmentos ósseos do maxilar foram produzidos pelos golpes ou em decorrência do processo de decomposição”, afirmou Leandro.
Os ossos estavam enterrados em uma cova, dentro do banheiro da residência onde ela morava com a família, quando desapareceu, em Sinop. Junto à ossada da vítima foram encontrados diversos pertences como documentos, joias, carteira e roupas femininas.
A escavação foi acompanhada pela equipe da Gerência da Criminalística de Sinop composta também pelos peritos criminais Nayane Lanzieri e Marcos Waetcher. Os trabalhos duraram aproximadamente três horas. Participaram também o perito médico legista Rafael Maximiano e a técnica em Necropsia Ludimylla Lins Gondin dos Santos.
Os restos mortais foram recolhidos e enviados à Gerência de Antropologia do IML de Cuiabá, inclusive, os fragmentos do osso maxilar para a determinação das causas das fraturas e da morte. Amostras do material serão enviadas para o exame de identificação genética, no Laboratório Forense da Politec, para a confirmação da identidade da vítima.
Conforme Só Notícias já informou, as irmãs de Luzinete reconheceram a carteira de identidade e alguns objetos pessoais, na sexta-feira. O resultado da identificação, no entanto, pode demorar de 30 a 60 dias, dependendo da quantidade de exames que estejam na frente. Enquanto isso o material recolhido fica sob cuidados do IML.
Jairo, que na época do crime estava com 40 anos, alegou arrependimento e foi à delegacia, confessou o assassinato e ocultação de cadáver. Ele alegou que tinha muito ciúmes. O delegado Ugo Reck disse, após a localização dos restos mortais, que, “a princípio, o crime está prescrito mas isso quem decide é o judiciário, o Ministério Público, mas entendo que o crime de ocultação de cadáver é crime permanente e ele (Jairo) pode responder inquérito policial por este crime”, declarou. Após indicar para as autoridades onde enterrou o corpo, Jairo deixou o local sob protestos de alguns familiares de Luzinete, sendo chamado de “assassino”.