O Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (Lacen) detectou a circulação da variante recombinante XFG, da Covid-19, no Estado. A vigilância genômica foi realizada em amostras coletadas entre os dias 20 de agosto e o último dia 2, em Cuiabá, Várzea Grande, Primavera do Leste e Querência.
No Brasil, a linhagem já circula em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco, Amazonas, Piauí, Alagoas e Bahia.
Até o momento, não há evidências de que a XFG esteja associada a formas mais graves da doença e nem de que comprometa significativamente a eficácia das vacinas ou terapias antivirais disponíveis, informou a secretaria estadual de Comunicação de Mato Grosso.
A diretora do Lacen, Elaine Oliveira, explica que a XFG é uma descendente da Ômicron, classificada como recombinante, uma vez que surgiu a partir da coinfecção por duas linhagens distintas, LF.7 e LP.8.1.2, processo que resultou na mistura de material genético e no aparecimento da nova recombinante. “O Lacen-MT implementou um programa de vigilância genômica ativa, que se configura como um pilar essencial para a detecção precoce e acompanhamento das subvariantes da Ômicron. Esta vigilância desempenha um papel estratégico na identificação de novas variantes”, disse.
Ela também ponderou que a variante recombinante permanece na categoria de monitoramento, sem mudanças imediatas nos protocolos médicos ou de vacinação. “Não é motivo para pânico. A vigilância genômica é uma ferramenta para a detecção das variantes que estão em circulação, permitindo a antecipação de medidas para evitar a propagação acelerada do vírus e a ocorrência de novos surtos”, acrescentou.
Também conhecida como “Stratus”, a XFG apresenta múltiplas mutações na espícula, como T22N, S31P, K182R, R190S, R346T, K444R, V445R, F456L, N487D, Q493E e T5721, que justificam seu acompanhamento próximo pelas autoridades de saúde.
Elaine reforçou que as vacinas disponíveis continuam sendo eficazes contra a nova linhagem. “A expectativa atual é de que as vacinas contra a Covid-19 continuem eficazes contra a infecção sintomática e, sobretudo, contra os casos graves relacionados a essa linhagem”, concluiu.
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