O juiz da 1ª Vara da Comarca de Nova Mutum, Cássio Leite de Barros Netto, acatou o pedido feito pela defesa para instaurar uma perícia que visa apurar a sanidade mental de José Machado Fernandes, 52 anos, acusado de assassinar a vendedora Tânia Ottonelli, 43 anos (foto), em abril. O magistrado, que já havia negado pedido semelhante, desta vez destacou, após receber documentos dos advogados, que tem “fundadas dúvidas acerca da sanidade mental do denunciado”.
A perícia médica ficará sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Mutum. O objetivo da avaliação é responder se José Machado tinha alguma doença mental na data do crime. Em caso positivo, os médicos deverão apontar qual doença. Em caso negativo, deverão dizer se o acusado possuía desenvolvimento mental incompleto ou retardado e se, em virtude disso, era capaz de entender o ilícito do fato que supostamente cometeu. O prazo de entrega do relatório é de 45 dias.
José Machado, conforme Só Notícias já informou, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio, cometido por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. A Promotoria ainda entendeu que o crime envolveu violência doméstica e menosprezo ou discriminação à condição de mulher, o que pode agravar a pena em caso de condenação.
José se entregou à Polícia Civil de Campo Novo do Parecis dias após o crime. Em conversa informal, ele confessou e deu detalhes sobre o homicídio aos policiais. Segundo a versão contada na delegacia, ele comprou a faca com a intenção de se matar, pois estava sendo, supostamente, ameaçado pelo namorado da vítima. Porém, de última hora, decidiu assassinar Tânia.
A hipótese apurada é de crime passional. Logo após o homicídio, a delegada Angelina Ferreira disse que Tânia relatou que estava sendo seguida e ameaçada por José, devido ao fim do relacionamento. Após a denúncia, a vendedora conseguiu obter medida protetiva na Justiça e o acusado estava impedido de se aproximar dela. Em caso de descumprimento, seria preso. Tânia foi brutalmente morta quando estava no canteiro que divide as avenidas Uirapurus e Mutum, na área central da cidade.
Ela teria sido seguida pelo criminoso e foi atingida no pescoço e no tórax, segundo os bombeiros, que a levaram ao hospital. A vendedora perdeu muito sangue e não resistiu aos graves ferimentos. Ela foi velada em um memorial onde estiveram presentes centenas de pessoas. A vendedora foi sepultada em Mutum, onde residia há vários anos e trabalhava em uma loja de confecções.