
Ao disponibilizar a tornozeleira eletrônica, o Estado fornece um equipamento não apenas para o sistema penitenciário, mas para todo os sistemas de justiça criminal. “Podemos dizer que é um instrumento multiuso que vai proporcionar segurança aos juízes e ao Ministério Público ao analisar um pedido de liberdade provisória, e pode ser usado como substitutivo de prisão provisória”, analisa o promotor de Justiça, Célio Wilson.
De acordo com a Vara de Execuções Penais, em Cuiabá, existem atualmente cerca de três mil pessoas cumprindo o regime semiaberto, mas 90% delas estão praticamente em regime aberto domiciliar. O juiz Geraldo Fidélis lembra que o uso das tornozeleiras vai dar poder de fiscalização real e a garantia de que o reeducando está saindo do trabalho e dirigindo-se pra casa. Uma das condições é que o reeducando não frequente bares, boates, o que poderá ser monitorado em tempo real.
O botão de alerta será usado para evitar a aproximação de pessoas cuja distância foi determinada judicialmente, como no caso de condenados pela Lei Maria da Penha, por exemplo. O agressor usará a tornozeleira e a pessoa ameaçada um botão sensor que avisará se o agressor se aproximar além do espaço determinado pela Justiça. A pessoa ameaçada será informada por um sinal sonoro e poderá acionar a polícia.
Já estão disponíveis 400 equipamentos que serão usados em todos aqueles que foram beneficiados com a lei de progressão de penas de dezembro de 2013 até essa terça-feira, 13 de maio.
O secretário Luiz Pôssas disse que os equipamentos são resultado da parceria do Judiciário, da Vara de Execuções Penais, que entendeu que o encarceramento não resolve a questão da recuperação do reeducando. “Nós temos que nos preocupar primeiro com a ressocialização, mas também com a filosofia de trabalho dentro do sistema”.


