O estado de Mato Grosso deverá reduzir à metade a área de desmatamento, aponta o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV). Dos 6 mil quilômetros quadrados do ano passado, a projeção é de que neste ano sejam desmatados 3 mil quilômetros quadrados.
Para essa projeção de redução, segundo o pesquisador sênior do Imazon, Adalberto Verissimo, deverão contribuir as operações de fiscalização e também a desvalorização do dólar frente ao Real, o que tornaria desinteressante a abertura de novas áreas para o plantio de soja, em regiões mais afastadas.
“Isto porque o custo do transporte fica mais alto, enquanto cai a cotação do dólar, atuando como efeito inibidor”, explicou, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia. Os produtores, acrescentou, preferem reutilizar uma área já desmatada por causa da infra-estrutura, como as estradas, que ela possui.
O coordenador adjunto do ICV, Laurent Micol, disse ver mudanças no setor agropecuário na região, como a criação de gado integrada à lavoura: “Há cada vez mais pessoas falando em reflorestamento, em produzir mais quantidade em área menor. A integração da pecuária com a lavoura também gera economia de espaço, ao utilizar os produtos da lavoura para a ração animal”.
Laurent Micol defendeu que não é necessário desmatar para acelerar o crescimento econômico, ao lembrar que mais de 30% das terras de Mato Grosso já foram desmatadas. Ele informou ainda que vários criadores de gado no estado já utilizam uma área de pasto reduzida e complementam a alimentação do rebanho com farelo de soja e caroço de algodão.