Cerca de 40 índios se reuniram com o deputado Pedro Satélite (PSD), o prefeito de Colíder, Noboru Tomiyoshi (PSD) e vereadores, esta manhã, na Casa de Saúde do Índio do município (Casai). Eles cobraram melhorias e a normalização dos atendimentos no Hospital Regional devido à greve dos médicos, que estão com salários atrasados.
Esta manhã, o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Patxon Metuktire, confirmou, ao Só Notícias, que os índios encerraram o bloqueio da MT-320, nas proximidades de um curtume, localizado a cerca de cinco quilômetros da entrada de Colíder (158 quilômetros de Sinop), ontem no final da tarde. Uma nova interdição deve ocorrer na próxima semana. Porém, a barreira será feita em algum trecho da BR-163, entre a cidade de Itaúba e Sinop.
“Liberamos a passagem de todos os carros. Decidimos dar um tempo antes que ocorresse algum conflito com os motoristas, mas voltaremos com o bloqueio caso o governo não se posicione em resolver os problemas de atendimento no Hospital Regional de Colíder. Estamos em negociação com o governo e suspendemos temporariamente o movimento. Porém, caso não ocorra negociações até segunda-feira (8), iremos trancar a BR-163”.
Ainda de acordo com o indígena, uma reunião deve ocorrer na próxima semana com o governador Pedro Taques e o secretário de Estado de Saúde, Luiz Soares. “Estamos em conversação com a assessoria e a reunião será marcada a partir de segunda-feira. Estamos organizando uma passeata na avenida principal [de Colíder] com apoio de moradores, esta tarde".
O bloqueio da rodovia começou na quarta-feira (3). Ontem, os índios também interditaram a via. Eles utilizam pneus e alguns objetos para obstruir a passagem de veículos. No entanto, liberaram a passagem de todos os veículos por volta das 18h. Não houve registros de incidentes, embora o manifesto tenha causado transtornos e atrasado viagem de muitas pessoas. A MT-320 é a principal via de acesso aos municípios de Nova Canaã do Norte e Alta Floresta.
A paralisação de alguns atendimentos no hospital completou um mês, hoje. Só estão sendo atendidos casos de urgência e emergência. Cirurgias eletivas, consultas agendadas e também pronto atendimento foram suspensos por causa de atrasos nos pagamentos dos médicos que estão há seis meses sem receber.
Conforme Só Notícias já informou, o Estado fez o pagamento do mês de fevereiro, no final da semana passada. Porém, com os vencimentos de outubro, novembro, dezembro, janeiro, março e abril, atrasados, os profissionais decidiram manter a greve até que os salários fossem pagos.
De acordo com o diretor do hospital, Elizandro de Souza Nascimento, havia previsão para ontem da liberação de um recurso que está vinculado no Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplam), mas até o final da tarde ainda não tinha sido liberado. O valor vinculado não foi informado.