Foram libertado, no final da manhã, o delegado da Polícia Civil, Márcio Moreno Vera, o soldado Carlos Francisco e o cabo José Teixeira Sobrinho, ambos da Polícia Militar de Mato Grosso, que estavam sendo mantidos de reféns deste a última segunda-feira, por índios da aldeia Umutina, em Barra do Bugres, no médio-norte. O motivo foi uma apreensão de 400 quilos de peixe, pescado de forma irregular na aldeia.
Para liberação dos policiais foi montada uma comissão formada por representantes da Funai, da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), da Prefeitura de Barra do Bugres e das Polícias Civil, Militar e Federal. As negociações foram coordenadas pelo coronel José Chaves do Batalhão de Operações de Policiamento Especializado (Bope). “O resultado foi positivo, nenhum deles sofreu dano físico, os bens foram devolvidos. O impasse fechou com muito sucesso”, disse.
O coronel explicou que em troca da liberação dos reféns os índios pediram cobertura da imprensa. A polícia exigiu que a reportagem fosse feita fora da área indígena.
De acordo com o delegado regional de Tangará da Serra, Abdias Dantas, os indígenas entenderam que algumas reivindicações fugiam da autonomia policial. “Nós queríamos resolver a crise na esfera policial. Os indígenas entenderam que as esferas administrativa e política fazem parte de outra questão”, frisa o delegado.
Segundo o delegado, todo o policiamento da região tanto militar quanto civil estava empenhado na resolução do impasse, o que segundo ele, foi de fundamental importância.
Abdias destacou ainda que o delegado e os policiais em nenhum momento foram agredidos e passam bem. “O delegado passa bem. Eles não foram agredidos em nenhum momento”, ressalta o delegado.
Com a liberação dos reféns a Polícia conseguiu ainda resgatar armas, uma viatura, um carro particular e ferramentas de trabalho dos policiais, materiais que tinham sido apreendidos pelos índios.