A sexta-feira foi muito agitada nos setores agrícola e político de Mato Grosso após ter sido divulgada a lista com 1,2 mil fazendas e áreas embargadas por desmates ilegais.
A Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) cobrou explicações do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), sobre a lista que inclui propriedades em 86 municípios que não podem plantar soja, arroz, milho, algodão nem extrair madeira. A Famato quis saber por exemplo, como uma propriedade pode ser embargada sem passar sequer por uma vistoria; porque a decisão foi tomada tendo como motivo, autuações que aconteceram antes da edição do decreto 6.321. De acordo com a assessoria da Famato, detectando as falhas na listagem, o Ibama admitiu haver algumas inconformidades e propôs rever a lista das propriedades.
A reunião entre Famato, Ibama, governo do estado, deputados e demais lideranças de entidades de classe aconteceu esta tarde, no gabinete do governador Blairo Maggi. Durante o encontro a assessora jurídica da federação, ao fazer os questionamentos ao Instituto, não percebeu nenhum critério que fora adotado pelo órgão que justificasse a inclusão das propriedades no Decreto nº 6.321. “Este embargo imposto pelo governo poderá gerar restrições de todas as ordens. A restrição ao crédito é uma delas,” disse o presidente da Famato, Rui Prado.
Na lista de fazendas embargadas, conforme Só Notícias já informou, estão propriedades de lideranças políticas em Mato Grosso como o governador Blairo Maggi, o senador Jaime Campos, os deputados Ademir Brunetto e Dilceu Dal Bosco, multinacionais do agronegócios, madeireiras, dentre outros.
Já o deputado Homero Pereira, uma dos integrantes da bancada ruralista no Congresso, foi categórico ao afirmar que a lista divulgada está totalmente equivocada uma vez que, tem propriedades incluídas na lista que já resolveram seu passivo ambiental, que já fizeram o termo de ajuste de conduta e que não tem motivo para ser embargada. “O Ibama se precipitou ao colocar no site do órgão, uma lista equivocada. Eu tenho plena convicção que nós vamos reverter esta situação através da nossa intervenção política ou de intervenção jurídica, mas o Instituto terá que tirar esta lista do site e rever seu conteúdo,” afirmou Homero.
Depois dos questionamentos e das exposições do setor produtivo, o chefe de fiscalização do Ibama Flavio Montiel, admitiu a falha e que o órgão irá rever e atualizar as informações verdadeiras. Para definir a revisão da lista de propriedades rurais, a Famato, o governo do estado e parlamentares irão à Brasília participar de uma reunião que já está agendada com a presidência do Ibama.
A reunião acontecerá na segunda-feira (07), às 17h.
Leia mais
Após 1,2 mil embargos líderes querem prisão de fazendeiros
Ibama embarga 1,2 mil áreas em MT;Juína e Alta Floresta lideram