Hugo José Sheuer Werle, ex-gerente executivo do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Mato Grosso e o ex-servidor do órgão, Ricardo de Arruda Moraes serão interrogados na próxima quinta-feira, a partir das 14 horas, pelo juiz da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva.
Presos durante a “Operação Curupira”, deflagrada pela Polícia Federal em 2 de junho do ano passado, eles respondem processo, em liberdade, por crime ambiental, formação de quadrilha e crimes contra a administração pública.
Uma quadrilha de servidores, despachantes e empresários do ramo madeireiro, especializada em fraudar autorizações para retirada e transporte de produtos florestais em Mato Grosso, Pará e Rondônia foi desmantelada com a Operação Curupira. A ação da quadrilha foi responsável pelo desmate de 43 mil hectares no Estado e pela retirada ilegal de 1,5 milhão de metros cúbicos de madeira. O rombo financeiro ultrapassa os R$ 890 milhões.
Conforme o jornal A Gazeta, a principal acusação contra Werle é de cobrança de propina para liberar um projeto de reflorestamento em fevereiro, que beneficiaria a empresa Tecamat. Diálogos gravados entre o representante da empresa, um despachante e um funcionário da Federação das Indústrias do Estado colocam sob suspeita o ex-gerente. A propina, que seria de R$ 20 mil, não teria sido paga.