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Hospital de Câncer de Mato Grosso pede ajuda para não faltar alimentos

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Quando a porta da enfermaria 3 da ala pediátrica do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCanMT) se abre, é possível enxergar, há mais de dois meses, uma menina na última cama do quarto, que fica perto da janela. É Raíssa, de Poxoréu (251 km ao Sul). Ela tem seis anos e faz tratamento contra dois tumores, um no rim e outro na coluna. Após duas sessões de quimioterapia, perdeu boa parte dos cabelos. A doença atrapalha o apetite da pequena paciente, que, como é típico da idade, está sem os dois dentes da frente, formando uma “janelinha”.

Na tarde de quinta-feira (8) ela estava com um desejo de comer pipoca e a equipe de nutrição do hospital atendeu. Raíssa é uma das 20 crianças que estão internadas no Hcan e, para elas, a alimentação é fundamental no tratamento, inclusive as eventuais guloseimas, autorizadas pela equipe de nutrição. Afinal, as guloseimas alegram um pouco o coração. Acontece que o estoque na dispensa do Hcan está baixo para atender mais de 100 pacientes, adultos e crianças. Por isso, o hospital lançou campanha de doação de alimentos.

Leite, óleo de soja, sal refinado, feijão, feijão preto, fubá, água de coco, biscoito em geral, manteiga, chás, amido de milho, extrato de tomate e outros produtos são solicitados a quem possa se identificar com a causa.

O Hospital é filantrópico e tem doadores fixos, além disso recebe também verbas da saúde pública, já que 97% dos pacientes são do Sistema Único de Saúde (SUS). Outra coisa que Raíssa sempre pede é água de coco. Isso porque, no caso dela, tem muitas reações à quimioterapia. Sente náuseas e a boca ressaca a ponto de sangrar. A água de coco faz bem para ela porque hidrata o corpo e ajuda na cicatrização dos lábios.

A mãe dela, Eliana Souza de Lima, 27, é baiana, mas mora em um assentamento em Poxoréu, o João de Barro. Veio para Mato Grosso com o marido, para trabalhar. Desde o início do ano a menina vinha sentindo fortes dores na barriga, ao ponto de chorar. Na cidade, um raio-X mostrou o tumor no rim. Encaminhada ao Hospital de Câncer, equipe médica encontrou outro tumor na coluna, o que explica a dificuldade que ela estava para caminhar, tendo que ficar acamada.

Sob efeito dos medicamentos do agressivo tratamento, a menina está melhor. Para a mãe dela, a preocupação é grande. Sorridente, ameaça chorar ao falar sobre as expectativas que os médicos deram ao analisar os exames da filha. Enquanto não há previsão de alta, Eliana acompanha Raíssa na enfermaria 3 e também recebe café da manhã, almoço e jantar.

Coordenadora do setor de nutrição, Luana Falcão, mestranda em nutrição oncológica, explica que para os pacientes são seis refeições por dia. Segundo ela, a dieta é fundamental para quem luta contra um câncer. “Um dos tripés, junto com a medicação e curativos”, reforça. A doença debilita muito, causa desnutrição e baixa a imunidade.

Sobre a campanha, ela afirma que chegaram ao estoque mínimo. “Quando é assim, apelamos para a sociedade, porque aqui cada paciente tem atendimento individualizado, servimos comida fresca e procuramos atender também a pedidos extras”, explica a nutricionista.

Como o de Raíssa, que queria pipoca, mas também gosta de iogurte e leite com achocolatado. O hospital tem ao todo 107 leitos, sendo 50 cirúrgicos, 20 pediátricos, 20 de clínica médica e outros. São servidas 800 refeições por dia. Os pacientes são todos de baixa renda, da capital, interior, estados vizinhos e da Bolívia.

Em 2017, foram realizados 95.500 atendimentos e servidas quase 270 mil refeições para pacientes, acompanhantes e colaboradores. O Hospital usa, mensalmente, mais de 480 quilos de feijão, mais de 300 litros de leite e mais de 180 pacotes de biscoito. Oferece ainda suplemento alimentar, em pó ou líquidos, e leites especiais. De acordo com a coordenadora do setor de nutrição, o descarte é bem pequeno e há um planejamento rigoroso, para não deixar sobrar.

Dona de casa de Tangará da Serra (239 km a médio-norte de Cuiabá), Luciana Antonina, 49, sofreu com muitos vômitos, boca amarga, mal-estar e não sabia por que. Foi ao médico e está sob suspeita de ter câncer no fígado. Aguarda internada o resultado da biopsia de um tumor já identificado no órgão. Dando um apoio nesse momento difícil, a concunhada Maria da Paz, 41, caminhoneira, faz companhia a Luciana. Afirma que alimentação do hospital é de “primeira linha”. Afirma ainda que não se trata de “rasgação de seda” mas de reconhecer a importância da instituição. “Há 8 anos precisei do Hospital de Câncer. Acompanhei a irmã do meu esposo, Infelizmente, perdemos ela, mas ficou a gratidão”, diz Maria.

Interessados em doar podem levar os alimentos até a Central de Captação do HCan em horário comercial, sem intervalo para almoço. Mais informações ligue no 3648- 7567 ou 3648-7569.

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