Júlio César da Silva Souza, 27 anos, foi condenado a 20 anos e três meses de prisão pela morte do professor Pedro Sampaio de Araújo, 52 anos, ocorrido em agosto do ano passado, em Cuiabá. O júri popular foi na 1a Vara Criminal da capital e Júlio confessou o crime. Ele foi sentenciado a 18 anos por homicídio qualificado e dois anos e três meses por ter furtado um notebook, um celular e um anel de formatura, além do veículo da vítima, utilizado na fuga. Ele está preso desde o dia do crime e cumprirá a pena em regime fechado. Araújo morou por muitos anos em Sinop antes de ir para Cuiabá.
De acordo com a versão do condenado, ele foi abordado pela vítima, que “lhe propôs a quantia de R$ 50 para que fizessem um programa sexual”. Já na residência da vítima [no bairro Recanto dos Pássaros], Júlio teria tomado banho, jantado e “como já fazia alguns dias que não dormia, porque fazia uso de drogas”, acabou adormecendo.
Quando acordou, segundo ele, “percebeu que estava nu e de bruços e Pedro tentava manter relação sexual com ele”. Júlio afirmou que ficou nervoso e “diante da insistência da vítima, entraram em luta corporal, até que, em dado momento, conseguiu segurá-la e com as pernas e mãos enforcá-lo”. Ele fugiu com o carro da vítima e outros pertences. O réu disse que não tinha conhecimento da morte de Pedro e pensou que a vítima “estava apenas desmaiada”. Antes de sair do local, ele confirmou que amarrou as mãos e pernas do professor.
Em sua sentença, a juíza Monica Catarina Perri Siqueira, afirmou que “a periculosidade do réu está estampada nos autos, ao combinar com a vítima um programa sexual, e por não aceitar ser o agente passivo, agiu com extrema violência, amarrando suas mãos e pernas e depois a asfixiou. E não encontrando dinheiro em sua carteira, para pagar o programa, resolveu subtrair alguns objetos da residência da vítima, que depois foi trocado por substância entorpecente. Sua conduta demonstra a falta de respeito e valor para com a vida humana”.
Pedro Sampaio foi sepultado em Sinop. Uma irmã de Pedro, disse, ao Só Notícias, que ele chegou no município em 1975, com 13 anos. Estudou na escola estadual Nilza de Oliveira Pipino, onde posteriormente lecionou. Ele era formado em letras pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat). Na época em que foi assassinado, Pedro lecionava em escolas municipais e estaduais em Cuiabá e era concursado do Estado e do município.