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Homem é condenado a 18 anos de prisão por latrocínio tentado em MT

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O juiz da Comarca de Mirassol D`Oeste, Anderson Candiotto, sentenciou a 18 anos e oito meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, Márcio Robério Barboza, pelo crime de latrocínio tentado (roubo consumado e homicídio tentado) contra Wellington Costa Correia, que teve a motocicleta roubada. O réu também foi condenado ao pagamento de 150 dias-multa e das despesas processuais.

Consta dos autos que na tarde de 23 de junho de 2010, os irmãos Márcio Robério Barboza e outras duas pessoas deixaram a casa da mãe, em Curvelândia, e seguiram em direção a Mirassol, com o objetivo de praticar um roubo. Armados com um revólver e uma pistola, eles tinham como alvo uma caminhonete, que depois seria levada para a Bolívia. Porém, na rodovia MT-250, que liga os municípios, eles se depararam com a vítima, que pilotava a Honda CG 125 FAN e decidiram praticar o roubo ali mesmo.

Trafegando em um Fiat Uno, eles "fecharam" o motociclista, que não teve como frear e caiu. Nesse momento, os irmãos abordaram a vítima, que foi colocada no banco de trás do carro. Temendo um reconhecimento, já que todos moravam na mesma cidade, tendo inclusive estudado juntos na infância, Márcio sugeriu que a vítima fosse levada para um local isolado e assassinada. No pasto de uma fazenda, um dos companheiros disparou um tiro no ouvido da vítima, que foi abandonada no local.

No dia seguinte, ao investigar o desaparecimento de Wellington, os policiais percorreram o caminho da vítima e entrevistaram alguns motoristas que passaram pela rodovia naquele momento. Alguns contaram ter visto o Fiat Uno atravessado na estrada, vestígios de acidente e um deles confirmou ter ouvido disparos de arma de fogo. Ao localizar o veículo, a polícia chegou aos irmãos, que admitiram o crime e levaram a polícia até o local onde estaria o corpo da vítima. Foi só então que os policiais descobriram que Wellington ainda estava vivo, mas inconsciente.

A defesa de Márcio Robério Barboza pretendia a desclassificação do crime de latrocínio tentado para roubo qualificado com lesões corporais graves. O magistrado registrou a impossibilidade do pedido diante da autoria e da materialidade do crime estarem comprovadas. "No que tange à autoria, cumpre registrar que, muito embora o acusado tenha negado a autoria do delito a ele imputado, aduzindo que só transportou a moto até o país vizinho e que não tinha conhecimento da tentativa de latrocínio praticado por seus irmãos, verifica-se do caderno processual que sua versão encontra-se totalmente dissociada das demais provas produzidas durante a instrução criminal", asseverou o magistrado.

A vítima ainda carrega os traumas físicos e psicológicos do crime. Em depoimento à Justiça, Wellington Costa Correia contou ter ficado 32 horas sozinho, no mato, à espera de socorro. Contou ainda ter ficado com lesões permanentes do disparo, já que tem problemas de fala, sente muita dor de cabeça e está proibido de trabalhar. Ele ficou 26 dias internado, sendo oito deles na UTI. Desde então, já passou por três cirurgias para retirada dos projéteis. "Antes tinha emprego fixo e era eu quem ajudava nas despesas de casa e hoje estou encostado pelo INSS. Era uma pessoa ativa, saía, ia em festas, mas hoje vivo com medo", pontuou.

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