Uma nova reunião com membros do Ibama, Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes, além de sindicatos e associações dos servidores da área ambiental deve ser agendada para a semana que vem, em Brasília, para tratar da greve que entrou no 24º dia. O movimento foi deflagrado neste mês para reestruturação da carreira de analista ambiental, reajuste salarial, contra o esvaziamento dos órgãos ambientais, além de outras reivindicações do setor.
Nesta semana, uma comissão esteve com representantes do governo e dos órgãos para tratar do assunto. Contudo, depois de uma hora de debates não se chegou a soluções que pudessem colocar fim na greve. O governo argumenta não possuir orçamento para conceder o reajuste salarial neste ano. Para 2011, diz que não poderia já que a posição é não gerar despesas para o próximo governo cumprir.
A União quer que os servidores interrompam a greve para manter diálogos “mais tranquilos”. De acordo com a Associação dos Servidores do Ibama (Asibama), o governo afirma que a recomposição das tabelas salariais não faria parte das discussões e nem seria estabelecido um prazo limite para o término das negociações.
Em nota, a Asibama diz que a cobrança continuará. “A representação dos servidores se posicionou firmemente no sentido de que o governo ouvisse a categoria e atendesse as demandas referentes à reestruturação da carreira de especialista em Meio Ambiente. Que apresentasse, de fato, uma proposta que enfrentasse e resolvesse efetivamente os graves problemas da carreira, apontados desde sua criação, em 2002, e agravados com a demora em solucioná-los, especialmente no que se refere à questão salarial, vez que o reajuste acordado em 2008 manteve as tabelas salariais rebaixadas, quando comparadas às de órgãos afins”, expressa a entidade.
De acordo com o Asibama, apenas não aderiram ao movimento grevista os Estados de Santa Catarina, Roraima. Nesta sexta-feira, a associação confirmou que no Tocantins a paralisação foi interrompida. A greve foi deflagrada primeriamente no Distrito Federal, no último dia 7. Posteriormente, avançou às demais unidades da federação. Em Mato Grosso, começou dia 12, com mais de 180 profissionais aderindo. Uma parte está trabalhando cumprindo os 30% que determina a lei.
Consequências
Os setores da economia dependentes dos órgãos ambientais já contabilizam os efeitos da interrupção do trabalho pelos servidores. No Pará, por exemplo, o setor madeireiro reclama que há quase 20 dias não consegue protocolar pedido de cópia de documentos.