PUBLICIDADE

Governo informa à justiça que não fará acordo com empresas pela retomada das obras do VLT

PUBLICIDADE

O governo do Estado informou à Justiça Federal que é impossível firmar acordo com o Consórcio VLT para conclusão das obras e implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande. A justificativa para o rompimento com as empresas, apresentada em petição protocolada nesta quarta-feira (14), é o resultado de uma auditoria realizada pela Controladoria-Geral do Estado (CGE). Entretanto, a conclusão deste relatório não é anexada ao processo e o Estado afirma que será levada ao conhecimento das empresas no momento oportuno. Em entrevista exclusiva ao jornal A Gazeta, em julho deste ano, o governador Pedro Taques afirmou que foram encontrados vícios na licitação do modal e naquele momento era discutido se o Consórcio poderia continuar à frente dos trabalhos, mas já sinalizava para um rompimento de contrato.

Na petição desta semana, no processo que judicializou a obra do VLT, o Governo pontuou que esteve em busca da realização de um acordo, que possibilitaria, em um só plano, a conclusão e implantação do VLT e a correção de vícios construtivos, bem como estuda e analisa a configuração jurídica para que a obra se materialize, o que foi levado ao conhecimento do consórcio, até então responsável pela execução.

Porém, o Executivo expõe que recentemente uma auditoria realizada pela CGE sinalizou para a impossibilidade de um acordo com as empresas. “Todavia, ante o teor do referido relatório de auditoria n. 013/2016, e tendo em vista a indisponibilidade do interesse público, não se faz possível este Estado-membro celebrar acordo com as empresas requeridas”, diz trecho do documento. Em outra parte, complementa “…o Estado de Mato Grosso manifesta-se conclusivamente pela impossibilidade de se realizar acordo com empresas requeridas nos presentes autos…”, não deixando mais dúvidas sobre o assunto.

Outro assunto tratado pelo Estado nesta petição é sobre o primeiro relatório feito pela empresa KPMG – empresa responsável pela auditoria das obras que envolvem o modal – em dezembro, pedido pelo Consórcio VLT e que a Justiça determinou a entrega em abril deste ano. Na última decisão, do dia 23 de agosto, o juiz da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, Ciro José de Andrade Arapiraca, cobrou uma manifestação do Estado e ameaçou aplicar multa de 20% sobre o valor da ação. O magistrado pontuou que o Executivo havia descumprido a determinação e, ao invés de entregar o documento, teria protocolado uma repetição parcial do estudo, já apresentado anteriormente. A justificativa do Estado foi de que ocorreu um “equívoco” quanto ao envio do mesmo relatório. Porém, alegou que isso não evidencia a ocorrência de dolo ou má-fé. Afirmou ainda que sempre se pautou pelo cumprimento das decisões proferidas pelo magistrado.

O Executivo chegou a recorrer judicialmente diversas vezes para não apresentar o relatório solicitado, mas teve todos os pedidos indeferidos pelo Judiciário. O Estado justifica que em decorrência da grande demanda que assola os órgãos públicos, houve equívoco no encaminhamento da documentação, o que gerou a juntada do documento incorreto. Ponderou que trata-se de relatórios extensos formatados de maneira idêntica, envolvendo os mesmos protagonistas, o que torna compreensível a possibilidade de um equívoco que acabou por se materializar no momento da coleta do relatório e de seu encaminhamento para a juntada aos autos judiciais.

A Secretaria de Estado de Cidades (Secid) encaminhou um ofício justificando o equívoco e anexou o documento que havia sido solicitado anteriormente. “(…) Houve um equívoco por parte da equipe técnica, que colheu e forneceu o segundo relatório da empresa KPMG ao invés do primeiro. Entretanto, esta secretaria, prontamente, atende a vossa solicitação e fornece efetivamente os documentos requeridos pelo Juízo da Primeira Vara Federal (…)”, diz trecho da ação.

O Estado, ainda sob a afirmação de que a troca dos relatórios não teria gerado dano ao consórcio, afirmou ser desproporcional a aplicação de multa de até 20% do valor da causa. “Vale observar que o erro era tão flagrante que prontamente as empresas requeridas puderam verificar o equívoco, justamente porque não houve nenhuma manobra maliciosa por parte do autor (Governo do Estado)”.De acordo com o pedido feito pelo Consórcio VLT, no referido documento, a KPMG teria reconhecido a ocorrência do desequilíbrio contratual, pedido pelas empresas, no valor de R$ 230 milhões. No segundo documento, este desequilíbrio é negado.

O secretário nacional do Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, José Roberto Generoso sinalizou positivamente com a liberação dos recursos necessários para a conclusão das obras do VLT no último mês. A sinalização foi feita durante reunião na Secretaria de Estados das Cidades (Secid), com o titular da pasta Eduardo Chiletto.

O crédito que seria disponibilizado tem como base os valores apontados no estudo técnico da consultoria KPMG, que indicou a necessidade de mais R$ 602 milhões para finalização das obras do VLT. O Executivo já tem garantido R$ 400 milhões, sendo R$ 200 milhões empenhados pela Caixa Econômica Federal neste ano e outros R$ 200 milhões na gestão passada, restando então pouco mais de R$ 200 milhões para que o projeto recomece, conforme consultoria.

O Consórcio VLT solicita mais de R$ 1,2 bilhão para terminar a implantação do modal.

Outro lado – o Consórcio VLT afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que segue analisando o teor da petição protocolada pelo governo do Estado em juízo.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Peão morre após ser pisoteado por boi em rodeio no Nortão

José Thaysson Medeiros da Silva, de 21 anos, faleceu...

Dois morrem após carretas colidirem e pegarem fogo em rodovia de Mato Grosso

Dois condutores, de idades não informadas, foram encontrados sem...

Apostas de Mato Grosso ganham mais R$ 52 mil na loteria

Uma aposta de Santo Afonso (257 km de Cuiabá)...
PUBLICIDADE