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Governo contesta dados sobre desmatamento em Mato Grosso

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O Governo do Estado de Mato Grosso divulgou nota discordando da forma como estão sendo interpretados dados divulgados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a respeito do desmatamento de novas áreas na Amazônia brasileira, e especificamente em Mato Grosso, no período de agosto a dezembro de 2007, uma vez que a metodologia utilizada, como reconhecem os próprios técnicos do INPE, não é precisa para determinar cálculo de área e tampouco estatísticas para comparação de dados de desmatamento, podendo incorrer em erros e apresentar discrepâncias de números quando comparada com dados de metodologias semelhantes.

O secretário de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan, disse, à Agência Brasil, que, em novembro do ano passado, o governo do Estado foi a campo para verificar dados do Deter, e chegou à conclusão de que apenas 20% das informações condiziam com a realidade. “Não é uma briga de dados, queremos ter a certeza de onde estão ocorrendo os desmatamentos para que possamos, com o governo federal, implementar as políticas necessárias”, afirma.

Na nota também alega que a metodologia Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), que utiliza imagens detectadas pelo sensor Modis dos satélites norte-americanos Terra e Acqua e pela qual foram obtidos os dados divulgados, se caracteriza pela maior freqüência de cobertura (de três a cinco dias), mas apresenta resolução bem mais baixa, de 250 metros – enquanto imagens do satélite Landsat têm resolução de 30 metros – e, portanto, não pode ser adotada como referência confiável para aferir área desmatada, como reconhece o próprio INPE.

Mesmo quando é utilizada metodologia semelhante, justificam, como é o caso do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), utilizada pelo Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), há grande discrepância de números em relação a áreas desmatadas quando comparados com os dados do Deter, como mostra o quadro abaixo, comprovando sua baixa confiabilidade:

O Deter apontou que foram desmatados, nos três meses, 1.483 km quadrados. Já pelo Sad, foram 954 km quadrados.

O governo alega que o INPE divulga seus dados tomando como base apenas imagens de satélite, carecendo sempre de aferição em campo. Em 113 pontos de áreas desmatadas indicados pelo Deter no período de abril a setembro de 2007, em Mato Grosso, por exemplo, aferidos em campo em operação conjunta da Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso) e do Ibama, 80,53% revelaram-se ser de áreas abertas antigas que não sofreram corte raso no período apontado pelo Deter.

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