O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pediu no início da noite de ontem a prorrogação, por mais 5 dias, da prisão temporária decretada na sexta-feira (01) contra os 5 estagiários de Direito acusados de fraudarem guias de recolhimentos de taxas e custas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O pedido seria analisado ainda ontem pelo juiz substituto de 2º grau, Carlos Roberto Pinheiro, porque o prazo da prisão vencia à meia-noite. Até o fechamento desta edição, às 20h30, o juiz ainda não havia despachado.
Daniel de Queiroz Maciel e Rodrigo Cademartori Lise são bacharéis em Direito e estão presos no anexo da Penitenciária Central de Cuiabá, conhecido como Polinter. Os outros 3, José Eduardo de Oliveira Figueiredo, Phelipe Pommot Maia e Diogo Ibrahim Campos, são estagiários e estão presos no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Rodrigo foi preso em Sinop e os outros 4 em Cuiabá.
Presos durante a operação Coringa, os 5 são acusados de falsificação de petrechos, falsificação de documento público, estelionato e formação de quadrilha.
Os suspeitos trabalhavam para 3 escritórios de cobrança em Cuiabá e estariam fraudando as guias do TJ há pelo menos 2 anos. A falsificação era feita em uma quitinete, localizada no bairro Duque de Caxias.
O rombo inicial, já confirmado, é de aproximadamente R$ 500 mil com a falsificação das guias somente na Capital. Também já há confirmação de guias fraudadas em Sinop e Tangará da Serra.
Entenda – Para entrar com ações no Tribunal de Justiça, o autor precisa recolher a guia, o que é feito em agências bancárias. Os 5 presos na operação Coringa são acusados de fraudarem esta autenticação que deveria ser feita pela agência bancária.
O maior número de fraudes já confirmado é em processo para busca e apreensão de veículos. O valor das custas varia de acordo com o valor da ação e pode ultrapassar os R$ 20 mil.
As investigações tiveram início após a Corregedoria do Tribunal de Justiça receber uma informação sobre fraude em guias e confirmar o fato em alguns dos processos em andamento. Isso aconteceu há 2 meses, quando o Gaeco começou a investigar o caso.