A presidência da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) reconduziu hoje ao cargo de chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena do Xingu, Jamir Alves Ferreira, que havia sido destituído pelo supervisor regional em Mato Grosso, Marco Antônio Stangherlin, há poucos dias. É o primeiro passo para atender as reivindicações do índios da tribo Pavuru que, desde quinta-feira à tarde, estão mantendo no Parque Nacional do Xingu 12 servidores da Funasa que prestam assistência na área de saúde. No domingo, conforme Só Notícias informou em primeira mão, eles liberaram a enfermeira Marli Delazari, que reside em Sinop. Ela reforçou os contatos com a direção da fundação apresentando as reivindicações dos líderes.Os demais permanecem numa casa, na aldeia.
Os índios ficaram irritados com a demissão de Jamir, que é muito ligado aos povos indígenas e querem que o supervisor estadual e um diretor vão até o parque para tratar do assunto.
Stangherlin disse, agora há pouco, por telefone, ao Só Notícias, que nesta 3ª segue ao Xingu. Ele não quer falar sobre o episódio que está lhe trazendo desgastes. No cargo há 3 meses, exonerou Jamir para nomear um aliado com a justificativa que está montando sua “própria equipe”. A decisão da presidência em reconduzir Jamir Ferreira à chefia também lhe enfraquece internamente.
A direção da Funasa divulgou trechos de uma carta enviada pelos índios com críticas e reivindicações: “Ficamos tristes ao receber a notícia desta exoneração, porque o Sr. Jamir sempre se mostrou sensível às demandas de nossas comunidades. Além de experiente no trabalho, já conhece nossa realidade há muitos anos, tendo trabalhado aqui muito tempo atrás, em campanhas de combate à malária, e tendo percorrido e conhecendo cada uma de nossas aldeias, sendo respeitado pelas comunidades”.
Na carta, os índios destacaram, ainda, que a decisão de exonerar Jamir não lhes havia sido comunicada antecipadamente.